• Temporal em Petrópolis já é o maior em volume de chuva em 24h no país

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  • 21/03/2022 16:20

    Em 90 anos de medição, a chuva deste domingo fez Petrópolis bater um recorde: 534,6 milímetros cúbicos em apenas 24 horas, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia – INMET.

    No início da tarde de domingo (20), por volta das 14h, veio a primeira pancada de chuva e os registros pluviométricos do bairro São Sebastião, cabeceira do rio Quitandinha, indicavam um temporal poderoso, de 208mm. Havia ainda a previsão de mais chuva forte e ela veio.

    Por volta de 20h, o volume registrado pela Defesa Civil já indicava 371mm no bairro. Número que cresceu durante a madrugada (415mm) e por volta das 11h da manhã desta segunda-feira (21), um alarmante recorde histórico, que certamente ninguém desejava que fosse quebrado. A cidade de Petrópolis é agora a detentora do maior volume de chuva registrado em 24h em toda a história do país. Choveu na cidade 534,6mm.

    Em termos de registro histórico, segundo INMET, o maior acumulado de chuva, em 24h, que já foi observado no país foram os 407,6 mm, que castigaram a cidade de Maceió, no estado de Alagoas, no dia 28 de abril de 1979. Mais intenso do que isso, no mundo, foi o registro de 1.825mm na ilha Foc-Foc, Ilha de Reunião, entre os dias 7 e 8 de janeiro de 1966, durante a passagem do ciclone tropical Denise, segundo dados da Universidade do Estado do Arizona.

    Mais chuvas, menos estragos

    Apesar de um volume tão intenso, a chuva deste domingo e segunda-feira causou – pelo que informou a Defesa Civil Estadual e a Prefeitura de Petrópolis, até o momento, menos estragos do que a chuva do dia 15 de fevereiro. Isso pode ter explicação na distribuição da chuva no intervalo de tempo. No mês passado, foram 259mm distribuídos em um intervalo de 2h30, concentrados em algumas regiões do primeiro distrito. Uma média de 65mm/h. Já na chuva deste fim de semana, o temporal se dividiu em dois momentos de intensidade e a média chegou a 60mm/h.

    Segundo o último relatório divulgado pela Defesa Civil de Petrópolis, no fim da manhã desta segunda-feira, 126 ocorrências foram registradas até o momento, 107 foram por escorregamentos. Cinco pessoas morreram em pelo menos três deslizamentos. Quatro estão desaparecidas (oito, se somadas às que já estavam desaparecidas na chuva do mês passado) e uma pessoa foi resgatada com vida. Ao todo, 13 pontos de apoio estão abertos para o atendimento de 643 pessoas das localidades do Morin, Quitandinha, Amazonas, Vila Felipe, Sargento Boening, São Sebastião, Dr. Thouzet, Alto da Serra, Floresta, Independência e Siméria.

    Números trágicos

    A cidade de Petrópolis vem batendo recordes trágicos este ano. Em fevereiro, o temporal que deixou 233 mortos e quatro pessoas desaparecidas já tinha se tornado a maior tragédia socioambiental da história da cidade no número de mortes, superando 171 vidas perdidas em 1988.

    A chuva deste domingo é consequência, segundo especialistas, de um fenômeno climático raro, o encontro de uma poderosa frente fria vinda do oceano Atlântico com uma Zona de Convergência do Atlântico Sul – ZCAS, um rio de nuvens que, em 2h30, descarregou todo seu volume sobre o primeiro distrito da cidade.

    Eventos como este, de chuvas extremas, tem se repetido em intervalos aproximados de dez anos. Foi também um poderoso temporal que, em 2011, deixou mais de 900 mortos e 100 desaparecidos na região serrana, 73 deles em Petrópolis

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