Tempo mais claro na política
Chegando próximo ao prazo de 4 de abril para a definição das filiações partidárias, o quadro começa a se esboçar de uma maneira mais clara.
O atual prefeito Bernardo Rossi, que, antes de enfrentar seus adversários, deverá enfrentar e explicar seu governo, com ruas esburacadas, transporte público caro e precário, com três aumentos de tarifas autorizadas por ele, zero obras na infraestrutura para melhoria da circulação viária, bairros tomados por carros abandonados em cima de calçadas, rotativo público mais caro do Brasil para uma cidade do interior, toda a cidade loteada para cobrança de estacionamento rotativo público, multas. Isto sem tocar no assunto saúde, uma panaceia, onde não há exames e consultas de especialidades sendo marcadas com meses e meses para a frente. Acrescente-se a isto a educação onde há um déficit de 3.300 vagas para creches… e por aí vai.
Hoje, o maior e mais forte adversário do atual prefeito na sua busca pela reeleição é ele mesmo. Terá primeiro que vencer a si mesmo e diminuir seu alto patamar de rejeição. Suas promessas de campanha que não aconteceram (ligação Bingen/Quitandinda, por exemplo) um secretariado político, sem qualquer conhecimento técnico, que por ele foi escolhido e que hoje mostra ter sido um grande equívoco, são mais algumas pedras neste caminho.
Esta semana um adversário de peso, Paulo Mustrangi, divulgou sua précandidatura a prefeito, pelo partido Solidariedade. Um nome que chama uma disputa acirrada à campanha, por já ter sido prefeito, demonstrando que vamos sim, ter uma campanha renhida pela cadeira de prefeito.
Outros nomes estão crescendo, principalmente entre os novos, que nunca nada disputaram. Mas a grande incógnita é até que ponto crescerão, já que em breve vão se deparar com as limitações naturais de campanha (estrutura e recursos)? Se acreditam em milagres, esta é uma boa hora para começarem a rezar. Em política não há fórmulas mágicas: o fenômeno Bolsonaro/Internet não irá se repetir nas próximas eleições municipais.
É sobejamente sabido que em 5 de março irá se abrir uma janela para que atuais vereadores possam trocar de partido, sem que com isto percam o mandato. O resultado deste “troca-troca” irá ajudar a alicerçar algumas candidaturas e sepultar outras. Digo isto porque alguns partidos sofrerão esvaziamento de nomes fortes e não conseguirão obter o coeficiente eleitoral que esperam, além de poucos votos conseguirem para seu candidato majoritário.
Como as regras eleitorais estão sujeitas a prazos, temos que aguardar os próximos 45 dias, para termos todas as definições. Mas de qualquer forma, já há o vislumbre de um quadro muito interessante e bastante disputado.