• Temer nega ‘condicionantes’ ao intermediar contato entre Bolsonaro e Moraes

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  • 07/06/2022 16:50
    Por Eduardo Gayer / Estadão

    O ex-presidente da República Michel Temer (MDB) ratificou, agora em nota oficial, sua versão sobre o telefonema que intermediou entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, (STF), na esteira das tensões causadas pelos atos antidemocráticos de 7 de setembro de 2021. De acordo com Temer, não houve qualquer “condicionante” na reunião.

    Mais cedo, em entrevista ao SBT News, Bolsonaro afirmou que Moraes “descumpriu o acordo” costurado por Temer. “Estava eu, Michel Temer e um telefone celular na minha frente. Ligamos para Alexandre de Moraes e conversamos três vezes com ele. E combinamos certas coisas para assinar aquela carta. Ele não cumpriu nenhum dos itens que combinei com ele”, disse o presidente.

    Na nota, Temer nega a versão apresentada por Bolsonaro – reforçando, assim, o que afirmou mais cedo à coluna “Radar”, da revista Veja.

    “Não houve condicionantes e nem deveria haver pois tratávamos ali de fazer um gesto conjunto de boa vontade e grandeza entre dois Poderes do Estado brasileiro. Mais do que nunca, o momento é de prudência, responsabilidade, harmonia e paz”, afirmou o ex-presidente. “As conversas se desenvolveram em alto nível como cabia a uma pauta de defesa da democracia”, acrescentou.

    “Em relação à declaração de hoje do Senhor presidente da República sobre a assinatura da carta de 9 de setembro, tenho o dever de esclarecer que fui a Brasília naquela oportunidade com o objetivo de ajudar a pacificar o país e restabelecer o imperativo constitucional da harmonia entre os Poderes”, finalizou Temer.

    Nos atos de 7 de setembro de 2021, Bolsonaro declarou à multidão presente na Avenida Paulista, em São Paulo, que não mais cumpriria decisões de Moraes.

    A fala gerou grande tensão política e partidos chegaram a ensaiar assinaturas para um processo de impeachment contra o presidente.

    Bolsonaro teve de recuar e aceitou ajuda de Temer para redigir uma “carta à nação” com trégua, já expirada, nos ataques ao Judiciário.

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