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  • 07/09/2019 07:00

    Pra não dizer que não falei do certo. O Presidente acerta ao acatar as sugestões de veto aos abusos da Lei de Abuso de Autoridade. E também na MP, assinada esta semana, que institui pensão vitalícia para crianças com microcefalia. A pensão substitui o BPC (Benefício de Prestação Continuada). É que este tinha restrição, em caso de aumento da renda familiar. Num universo em que predominam famílias de baixa renda, é bem-vinda, a medida.

    Pra não dizer que não falei do erro. Com a resposta de Bolsonaro a Bachelet nesta semana, ficou mais claro porque andamos neste clima péssimo nas redes sociais. O exemplo presidencial cria um padrão. Cada questionamento é retrucado com saraivada de golpes brutais contra quem critica ou indaga. Ainda que precise, digamos simbolicamente, “meter a mãe no meio”. Ou, como foi o caso, agredir a memória do pai. Ainda que o mesmo presidente que (corretamente) critica a ditadura de Maduro se dê a (desastrosamente) louvar a ditadura sangrenta de Pinochet. A quem é fã desse tipo de postura, cabe alertar. Raramente tem razão quem fala grosso e alto com grosseiras palavras e afrontosa atitude. Quem supõe ter razão pode falar com firmeza, sim, mas com galhardia, sempre. Educação, serenidade e equilíbrio são indispensáveis à legitimidade da convicção. Ao exercício da autoridade. E até ao bom convívio humano. 

    Direitos iguais. Acho certíssimo árbitro de futebol parar o jogo e ameaçar punir clube por cantos homofóbicos da torcida, como se viu em recente partida do Vasco da Gama. Mas não entendo como ainda se aceita o crime de injúria contra o juiz, quando é recebido em campo com clamorosos xingamentos à sua genitora. Ou outros coraizinhos de palavrões contra jogadores ou atentados racistas verbais. Que se igualem os pesos e as medidas. O preconceito deve ser combatido. A injúria de baixo calão também. Que se paralise o jogo em cada uma dessas irregularidades.

    Comovente. Que espetáculo o desempenho brasileiro de 308 medalhas nos Jogos Parapan-Americanos! Cenas sempre comoventes. Como o medalhista de bronze na bocha, Matheus Carvalho. Cadeirante, sem os braços, usando uma vareta acoplada à cabeça, dependia do pai colocar a bola na calha de onde o atleta a movia ao destino. O pai servia ao filho, auxiliava, era os braços que lhe faltavam. Família verdadeira é sempre essa integração e completude. 

    Música de primeira. A belíssima e empolgante “Sinfonietta Seconda-Carnevale”, tem como temas de seus movimentos, sequencialmente, o samba, o frevo, a marcha-rancho e a escola de samba. Termina com o regente da orquestra como um mestre de bateria, com o apito característico na boca. Há participação vocal da plateia. Uma brasileiríssima sinfonia-festa, com a qual Ernani Aguiar, autor de coração mineiro, pôs os alemães a dançar na estreia mundial da obra. Essa alegria vai a concerto no próximo dia 20 de setembro, com a Orquestra Petrobras, dirigida por Karabitschevsky, no Theatro Municipal do Rio. Quem for ao concerto vai sair cantarolando. Garanto.

    Um conselho. Sabe aquela pessoa que, do nada, invade tua linha do tempo e te agride gratuitamente no Facebook? Não vale a pena. Em tempos de selvageria militante, é impossível qualquer debate civilizado. Fique na sua. O silêncio vale um baú de diamantes.

    Um poema miúdo, agora. O amor é um canteiro de muitas flores. Precisa cuidados. Seja você quem leva a água, quem entrega o sol. Você ganhará uma felicidade colorida.

    denilsoncdearaujo.blogspot.com

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