• ‘Tem professor que fala: ChatGPT, melhora essa aula para mim’, diz secretário de SP

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  • 24/abr 20:33
    Por Renata Cafardo / Estadão

    O secretário da Educação de São Paulo, Renato Feder, disse nesta quarta-feira, 24, que o uso do Chat GPT para elaborar materiais didáticos ainda está “sendo testado” e não é uma política da secretaria.

    “Tem professor que fala: ChatGPT, produza pra mim uma aula sobre probabilidade. Tem outro que diz: está vendo essa aula que produzi aqui, melhora pra mim, coloca mais exercício”, afirmou o secretário no evento Bett Educar, em São Paulo.

    Segundo ele, essas “interações” estão acontecendo na preparação de aulas para o segundo semestre, já que todas os materiais para o primeiro semestre já foram entregues. A secretaria da educação atualmente produz aulas de todas as disciplinas, em slides de Power Point, para que sejam usadas pelos professores nas salas de aula.

    No ano passado, Feder chegou a desistir de usar livros didáticos – mas depois recuou da decisão – porque argumentava que os docentes usariam apenas esses slides nas aulas.

    O secretário disse ainda que “não se vai tirar a autonomia do professor, nem do que está na sala de aula, nem do que está produzindo o material porque é ele que vai entregar o material para a revisão”. “O professor está interagindo com o ChatGPT, mas quem decide é ele”, disse.

    A gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi acusada de ter a intenção de substituir o professor por inteligência artificial depois a que notícia veio à tona na semana passada. “O professor vai usar o chatGPT se quiser”, completou Feder.

    Segundo ele, não há uma orientação sobre o uso da inteligência artificial e os documentos que vieram a público mostravam apenas discussões internas da secretaria. “Era uma possibilidade, uma ideia interna nossa, não uma política oficial da secretaria.”

    A Secretaria da Educação, no entanto, já usa o ChatGPT, segundo ele, em correções de redações que são feitas pelos estudantes em um aplicativo, chamado Redação Paulista. “O aluno faz a redação no nosso sistema, no computador, quando ele aperta enviar, ela já chega para o nosso professor com os comentários do ChatGPT”, conta. Segundo ele, isso “tem ajudado” o professor e “potencializou a correção”.

    A informação sobre o uso do ChatGPT foi divulgada na semana passada pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo Estadão. Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou que, por ora, trata-se de um “projeto piloto”. A pasta ainda negou qualquer possibilidade de excluir professores do processo de produção das aulas.

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