• Técnicos do governo Lula fazem nova reunião para negociar tarifas com os EUA

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  • 21/mar 13:00
    Por Sofia Aguiar / Estadão

    Técnicos dos ministérios de Relações Exteriores (MRE) e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) fazem nesta sexta-feira, 21, uma nova reunião de negociação com os Estados Unidos para tentar amortecer as sobretaxas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que no Brasil já afetam produtores siderúrgicos. O encontro será realizado por videoconferência.

    Esta será a segunda reunião desde que a tarifa de 25% sobre a importação de aço e alumínio pelos norte-americanos passou a valer, medida que entrou em vigor no último dia 12.

    De acordo com pessoas a par das conversas, a reunião desta sexta-feira deve seguir o perfil da semana passada e não deve ter encaminhamentos conclusivos.

    Por enquanto, a lógica brasileira é negociadora, uma vez que o Brasil vê argumentos consistentes para mostrar que, do ponto de vista do interesse da política externa de Trump e do setor privado americano, as tarifas sobre o aço brasileiro não são benéficas.

    O governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, conseguiu abrir um canal de alto nível com os EUA no começo de março, quando o vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, fez uma videoconferência com o secretário de Comércio do país, Howard Lutnick, e o chefe do USTR, Jamieson Greer.

    O Brasil quer convencer os norte-americanos que sobretaxar a produção siderúrgica local vai ferir diretamente a indústria estadunidense. Isso porque a maior parte da exportação brasileira que chega em solo americano é de material semiacabado (placas).

    Siderúrgicas locais não são autossuficientes na fabricação deste material e importam esse tipo de aço para finalização doméstica. Como a compra de outros países é imprescindível, especialistas apontam que a sobretaxa vai implicar aumento de custo para os produtores norte-americanos.

    Por entender que tem argumentos consistentes, o governo brasileiro tem insistido que vai priorizar o diálogo com os Estados Unidos, podendo avançar para eventuais concessões em troca de um sinal verde de Trump.

    A aplicação de reciprocidade é vista como a última opção, acionada caso o processo negociador não dê resultados.

    Trump tem se mostrado irredutível em estabelecer exceções para a tarifa do aço e do alumínio, postura diferente de seu primeiro mandato, quando aceitou um acordo de cotas de exportação pelo Brasil que evitou a sobretaxa sobre a siderurgia local em 2018. “Não vamos ceder”, disse o republicano à imprensa local na semana passada.

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