
Teatro Reynaldo Chaves recebe o espetáculo de dança de Júlio Rocha e show de Gabriel Alves
Neste domingo (25), às 17h, o Teatro Reynaldo Chaves — localizado no 4º andar da Escola de Música Santa Cecília, na Rua Marechal Deodoro, 192, no Centro de Petrópolis — abre as cortinas para uma programação cultural de peso. Com entrada gratuita e livre para todos os públicos, o evento reunirá duas expressivas atrações no âmbito da música e da dança contemporânea brasileira: o espetáculo “Capodança”, do coreógrafo e bailarino Júlio Rocha, e o show “Voz e Violão – Clássicos da Bossa Nova”, do jovem músico Gabriel Alves.
A iniciativa integra o projeto Arte Diversa, realizado pela Escola de Música Santa Cecília, agora oficialmente reconhecida como Ponto de Cultura. O teatro tem capacidade para 140 espectadores e não será necessário retirar ingressos com antecedência.
Capodança: da ancestralidade à contemporaneidade
Criado durante a pandemia por Júlio Rocha, “Capodança” é um espetáculo que funde três potências expressivas: a ancestralidade da capoeira, a força das danças urbanas — em especial o hip hop — e a fluidez da dança contemporânea. O trabalho nasce do cruzamento entre práticas culturais de resistência e memória, como o break dance e a capoeira, linguagens que emergem das periferias das grandes cidades e que, segundo o artista, “continuam sendo formas legítimas de expressão, identidade e ocupação de espaço”.
Petropolitano, negro, Júlio César Rocha de Oliveira construiu uma trajetória internacional a partir do ano de 2004, quando passou a integrar a Cia Khoros de Dança, destacando-se em espetáculos como Da Minha Boca, Radiografia Carioca e 3, 2, 1 – Solos, Duos e Trios, pelo qual conquistou o prêmio de Melhor Intérprete no Festival de Dança do Rio de Janeiro – Tápias. Desde então, circulou com companhias como a Cia Urbana de Dança, com a qual se apresentou nos Estados Unidos, Itália e Argentina; e também com o Ateliê do Centro Coreográfico do Rio de Janeiro, atuando sob direção de Regina Miranda no palco do Theatro Municipal do Rio.
Rocha também assinou participações marcantes em espetáculos da Cia Teatral Inconsciente em Cena, em projetos de arte pública e formação como o SESC RJ e o Projeto Bem Viver da Eletrobrás, além de ter sido destaque na abertura do Fantástico, da TV Globo, e protagonista da comissão de frente da escola Paraíso do Tuiuti no carnaval de 2024, representando João Cândido, o Almirante Negro. No mesmo ano, esteve no palco do Rock in Rio ao lado de Daniela Mercury. Hoje, continua atuando como bailarino da Cia Urbana de Dança, sob direção de Sonia Destri, e integra a comissão de frente da GRES Mocidade Independente de Padre Miguel.
A produção de “Capodança” é assinada por Renata Garcia, profissional dedicada à produção cultural com foco em dança e artes integradas.
Gabriel Alves homenageia mestres da Bossa Nova
Com apenas 19 anos, Gabriel Alves representa uma nova geração de músicos dedicados à canção brasileira. Estudante da Escola de Música Santa Cecília há dois anos, onde cursa violão e canto, o jovem artista estreia neste domingo seu primeiro recital solo como professor e intérprete: um repertório cuidadosamente preparado com clássicos da Bossa Nova, mesclando ícones nacionais e internacionais.
A apresentação terá obras que marcaram época, como Smile (Sorrir), sucesso de Djavan inspirado em Nat King Cole; os sambas-canção As rosas não falam e O mundo é um moinho, ambos de Cartola; a envolvente Fly Me to the Moon, imortalizada por Frank Sinatra; a suavidade de Carinhoso, de Pixinguinha; a mundialmente conhecida Garota de Ipanema, de Tom Jobim; a delicadeza de Onde anda você, de Vinícius de Moraes; e outras preciosidades como Dia Azul, de Djavan; Wave, também de Jobim; e Chega de Saudade, símbolo do encontro entre Vinícius e Tom. “Minha formação foi voltada para a música popular brasileira, então esse show homenageia esses compositores que são base do que sou hoje como músico”, afirma Gabriel.
Ele iniciou sua trajetória musical ainda no ensino fundamental, durante oficinas de iniciação promovidas na Escola Municipal Leonardo Boff. A música ganhou papel central em sua vida pouco antes da pandemia, momento a partir do qual o estudo e a prática passaram a fazer parte de sua rotina. Já se apresentou na Orquestra de Violões Raphael Rabello, na Casa de Portugal, no CEFET e em espetáculos do grupo teatral Construção Cena, ao lado de colegas e professores da Escola de Música Santa Cecília.
A cultura como elo entre gerações
A união das apresentações de Júlio Rocha e Gabriel Alves sintetiza a proposta do Arte Diversa: promover o encontro entre diferentes gerações, estilos e trajetórias artísticas, democratizando o acesso à cultura e valorizando talentos locais. O evento de domingo representa um marco para a Escola de Música Santa Cecília, agora reconhecida como Ponto de Cultura, e reafirma o Teatro Reynaldo Chaves como um espaço essencial para o desenvolvimento artístico em Petrópolis.
Para Janine Meirelles, presidente voluntária da Escola de Música Santa Cecília, o projeto reforça o compromisso da instituição com a democratização da arte: “O teatro da Escola de Música Santa Cecília é mais do que um espaço físico. É um lugar de encontro, partilha e transformação por meio da música. Ter uma programação regular de concertos aqui fortalece o vínculo com a comunidade e reafirma nosso papel como ponto de cultura acessível e diversa”, afirma.
A conquista do título de Ponto de Cultura se deu por meio do edital de chamamento público nº 03/2024, promovido pela Prefeitura Municipal de Petrópolis, por meio do Instituto Municipal de Cultura e do Fundo Municipal de Cultura, que financiam o projeto Concertos Quinzenais – Arte Diversa. Ao longo do ano, estão previstos 20 concertos gratuitos, sempre com o objetivo de valorizar artistas de diferentes origens e estilos, aproximando-os da comunidade local.
A entrada é gratuita, por ordem de chegada, e o espaço estará aberto ao público a partir das 16h30. O endereço é Rua Marechal Deodoro, 192, 4º andar, Centro. A recomendação da organização é que o público chegue com antecedência, uma vez que o teatro comporta até 140 pessoas.
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