• Taxistas buscam alternativas para se proteger dos assaltos

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  • 21/06/2016 18:30

    O número de assalto a taxistas em Petrópolis tem chamado a atenção não só dos próprios profissionais de condução como também das instituições policiais. Somente no último fim de semana dois crimes foram registrados em diferentes pontos da cidade num período de apenas 48 horas. No total, em pouco mais de um mês foram, pelo menos, cinco taxistas assaltados. 

    Na madrugada de sábado, um taxista de 48 anos foi assaltado em Araras. Ele foi ameaçado com um objeto metálico parecido com uma arma. O trio que praticou o crime levou R$ 200 e dois aparelhos celulares. 

    Menos de 48 horas antes, na noite de sexta-feira, um outro taxista já havia sido assaltado no Quitandinha. Dois homens entraram no carro na Avenida Koeler, no Centro, e pediram uma corrida para a Rua Amazonas. Chegando próximo ao Hotel Campester, na Rua Vassouras, um dos criminosos anunciou o assalto, colocando uma faca no pescoço do motorista. 

    O número de assaltos e a repercussão de casos de violência registrados em todo o estado do Rio de Janeiro nas últimas semanas está motivando os taxistas a buscar algumas alternativas para tentar se proteger e evitar possíveis novas ocorrências. 

    O jovem Breno de Souza explicou à nossa equipe o que ele e seus colegas fazem para tentar se precaver. “Diante dessa situação de assaltos, nós estamos muito mais atentos do que antes. Criamos grupos na rede social WhatsApp e assim estamos sempre mantendo comunicação um com o outro, principalmente durante a noite. Quando aparece alguma corrida que parece ser suspeita, a gente aciona um ao outro e nossos colegas nos dão cobertura para fugir de determinadas situações”, revelou o jovem, que em apenas dois anos de profissão já sofreu uma tentativa de assalto.

    Alguns taxistas já se policiam antes mesmo de deixar o ponto, definindo seus itinerários e restringindo alguns destinos. “A partir de certa hora nós não fazemos corridas para lugares ermos, onde sabemos que pode haver algum tipo de risco. Localidades como Independência, Carangola, Fazenda Inglesa, entre outros bairros estão na nossa lista. Sabemos que são muitas viagens para esses lugares, mas não estamos podendo colocar a nossa mão no fogo por ninguém”, disse um dos taxistas que preferiu não ser identificado.

    Diante dessas estatísticas, o 26º Batalhão de Polícia Militar de Petrópolis está intensificando as ações tanto na parte de investigação, por meio do serviço reservado, quanto no sentido de coibir novos crimes. “Diversas ações estão sendo realizadas desde quando essa história começou. Recebemos visita deles (taxistas) aqui no quartel. Pedimos todas as informações, fizemos um levantamento e verificamos que o fato (crime) pode estar partindo de duas linhas: ou existe algum grupo que esteja articulando isso tudo e coordenando os ataques, porque embora não tenha um local certo de incidência a forma de atuação tem sido bem parecida, ou então pode ser alguém que esteja imerso neste próprio meio profissional”, revelou o comandante da corporação, Eduardo Vaz Castelano. Segundo o coronel, nessa linha de investigação os agentes também trabalham com a possibilidade de que alguns dos assaltos registrados possam ter sido planejados pelos próprios motoristas que trabalham para os taxistas. “O caso é o seguinte: o taxista bota um assessor pra trabalhar e essa pessoa denuncia que foi roubada e, na verdade, não foi, ela disse isso apenas para ficar com o dinheiro da corrida do dia. Essa possibilidade não está descartada, por isso precisamos de muita cautela pra analisar essa situação”, completou Eduardo.

    A PM disse que, além da parte de investigações, que é feita pelas equipes do Serviço Reservado (P2), a corporação também trabalha com blitze e abordagens tanto a taxistas quanto aos passageiros. “Fora a investigação estamos fazendo operações com vistas à abordagem desses taxistas, vendo os itinerários que foram traçados nesses roubos. Estamos fazendo operações nestes locais onde ocorreram os crimes e próximo aos pontos de maior incidência. Nós fazemos revistas e checamos tudo o que for interessante para tentar flagrar essa situação”, concluiu o comandante.

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