Taxas futuras de juros sobem nos vencimentos intermediários e longos, com risco fiscal no radar
O mercado futuro de juros ajusta as taxas para cima em praticamente toda a curva na manhã desta segunda-feira, 2, com exceção dos vencimentos mais curtos, que mostram acomodação. Em dia de feriado nos Estados Unidos, o que reduz a liquidez dos negócios, está no radar dos investidores o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025, apresentado na sexta-feira (30) e detalhado em entrevista coletiva nesta segunda-feira.
Há cautela com a possibilidade de o governo não conseguir atingir as metas de arrecadação e principalmente corte de gastos para cumprir a meta de déficit zero no ano que vem. A adoção da bandeira vermelha 2 nas contas de luz em setembro também é assunto nas mesas de negociação, mas apesar do impacto na inflação, calculado em aproximadamente 0,5 ponto porcentual, tem influência limitada nos negócios, em parte porque há expectativa de reversão nos próximos meses, com o ingresso da temporada de chuvas.
Em dados divulgados no início do dia, a mediana do relatório Focus para a inflação suavizada dos próximos 12 meses subiu de 3,83% para 3,87%. A mediana para o IPCA de 2024 subiu pela sétima semana consecutiva, de 4,25% para 4,26%, distanciando-se do centro da meta, de 3%. Já a estimativa intermediária para a inflação de 2025 caiu de 3,93% para 3,92%. A mediana do Focus para a taxa Selic no fim de 2024 se manteve em 10,50% pela 11ª semana consecutiva e a projeção para o fim de 2025 também continuou estável, em 10,00% ao ano.
Às 11h47 desta segunda, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2025 tinha taxa de 10,960%, ante 10,999% do ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2026 projetava 11,840%, contra 11,851% do ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2029 estava em 212,17%, ante 12,08% do ajuste anterior.