Em meio a polêmica sobre aumento de passagem, número de viagens não realizadas pelas empresas cresce 46%

*Nota atualizada após o reajuste, que havia sido confirmado pela Prefeitura e pelas empresas à imprensa, ter sido suspenso

Em meio à possibilidade de aumento da passagem de ônibus – que iria para R$ 5,90 a partir de hoje, conforme havia sido confirmado pela Prefeitura e pelas empresas de ônibus, com reviravolta já na madrugada, com a suspensão da medida – uma das grandes queixas dos usuários é com relação à oferta de ônibus. É só passar por um ponto de ônibus no Centro ou nos bairros para constatar que uma das principais reclamações é sobre a quantidade de viagens realizadas ou das linhas disponíveis, um problema que começou com a pandemia da Covid e que até agora não foi normalizado. E o Relatório Mensal de Operação, da própria CPTrans, traduz em números o sentimento popular: o número de viagens não realizadas aumentou 46,38% em junho, na comparação com o mês de maio. Nesta conta entra todo tipo de intercorrência, como falhas mecânicas, mas também outras situações, principalmente envolvendo o congestionamento do trânsito. 

Perdas só ocorreram nas áreas atendidas pela Turp

Apesar do número ser significativo, é interessante notar que, das três empresas que operam o sistema, somente na Turp houve um crescimento significativo (da ordem de 62%) da perda de viagens. Em maio, foram 1.402 viagens perdidas; em junho, foram 2.280. As outras duas empresas conseguiram tornar mais eficientes suas operações: a Cidade Real conseguiu reduzir as perdas em 31 viagens; e a Cidade das Hortênsias, em sete. E não dá nem para culpar a Bauernfest, uma vez que o relatório é de junho – ou seja, pegou apenas três dias da festa. Sem contar que as outras duas empresas também operam linhas que passaram pela Festa do Colono Alemão. Vale o reparo de que o número de viagens perdidas é até pequeno (2,6 mil de mais de 100 mil) se levarmos em conta o número de viagens programadas. Mas também vale lembrar que esse número já é reduzido em relação ao período pré-pandemia, ou seja, a oferta ao consumidor hoje é menor.

Coruja articula, toma a rédea da campanha de Paes e embaralha o jogo

Na política, o final de semana ficou marcado pelas articulações do presidente da Câmara, Júnior Coruja, para montar um palanque consistente para a campanha de Eduardo Paes ao governo pelo PSD. Não se falou em outra coisa no domingo: o almoço na simpática Sapucaia com a presença de Paes e correligionários. Na “ala” petropolitana, além de Coruja, esteve Rubens Bomtempo e o vereador Léo França (o ex-prefeito já havia recebido o deputado Pedro Paulo em sua casa, na sexta). Paes até tirou foto com todos os fãs, mas só gravou vídeo com Coruja, campeão de votos do PSD na cidade e cada vez mais candidato a deputado.

Almoço gera racha entre caciques do PSD

E se você aí tava achando que só almoço de família dava treta entre aquele tio petista que provoca o bolsonarista por decisão do STF… Que nada! O pós-almoço de Sapucaia também foi animado. Nesse caso, nada a ver com Bolsonaro, mas sim com Coruja e Bomtempo. O deputado estadual Serginho Fernandes, que também é do PSD, foi pro Twitter para dizer que Coruja, “em vez de enfrentar os problemas reais da cidade, se aliou a quem afundou Petrópolis: um ex-prefeito rejeitado e um vereador que nem merece atenção”. Teve tréplica – e daquelas: Coruja mandou nos stories um “vem quente que eu estou fervendo” e mencionou as palavras “nepotismo” e “Fundação Leão XIII”, sem mencionar Serginho. Nessa história toda, Hugo Leal, também cacique do PSD, tá quietinho na dele, mas há quem jure que foi testemunha ocular da coisa.

No mais

Tal e qual um Pokémon, Coruja evoluiu para águia mesmo. As fotos e o vídeo mexeram com a classe política e todo mundo ficou tentando entender o recado que o vereador passou.

Que situação…

A gente falou aqui sobre o “pequeno detalhe” que é o único acesso à Secretaria de Esportes, que agora abrange a pessoa com deficiência, ser por escada. Nisso, Partisans alertaram que o prédio da Koeler, onde funcionava a secretaria PcD, também não é lá essas coisas nesse aspecto: o primeiro andar tem poucas salas e, para chegar ao segundo piso, é preciso enfrentar uma escada caracol daquelas bem no estilo Nazaré Tedesco. Não é brinquedo, não!

Perdeu a chance, perdeu a vez

Gilda Beatriz (que não esteve na votação por acompanhar sua filha em tratamento médico) se insurgiu contra a gestão Hingo Hammes pelo projeto que incorporou a Secretaria da Pessoa com Deficiência ao Esporte e, pra variar, surfou na onda da opinião pública. Até aí beleza, a perda de status de secretaria é uma perda para a causa e todo o segmento critica a medida. Mas a Gilda abriu mão de comandar a pasta com menos de dois meses de governo…

Contagem

Estamos há 2 anos, 2 meses e 16 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.