• Tarcísio diz que demitiu número 2 da Agricultura por baixo desempenho

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  • 28/08/2023 16:32
    Por Gustavo Côrtes / Estadão

    O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou nesta segunda-feira, 28, que a exoneração do secretário-executivo da Agricultura, Marcos Boettcher, se deveu ao baixo desempenho da pasta. “Entendi que ali tinha um espaço para melhoria e por isso fiz a substituição”, disse.

    Em meio a rumores de trocas em secretarias do governo, Tarcísio comparou sua equipe a uma equipe de futebol e disse que faz trocas “a partir do momento em que o time vai cansando”. A exoneração de Boettcher foi publicada no Diário Oficial de São Paulo nesta segunda-feira, 28.

    Tarcísio também citou agendas prioritárias para a agricultura paulista, como conectividade, crédito e regularização fundiária. Segundo seus auxiliares, a atual gestão da secretaria apresenta lentidão na implantação de políticas relacionadas à essas áreas. Por isso, o titular da pasta, Antônio Junqueira, também balança no cargo.

    Conforme revelou o Estadão, Boettcher sofria pressões desde março, quando entregou ao Tribunal de Contas de São Paulo (TCE-SP) um relatório com denúncias de irregularidades na construção de estradas do programa Melhor Caminho.

    Sua demissão foi pleiteada pelo ex-secretário da pasta Itamar Borges, que é deputado estadual pelo MDB. O conflito entre o grupo do parlamentar e o Boettcher havia se intensificado nas últimas semanas após a criação de um grupo de trabalho para elaborar relatórios e propor correções para as irregularidades do programa.

    A medida, estabelecida por meio de resolução no último dia 18, foi desautorizada pelo governador e revogada três dias depois.

    Relatório sobre Melhor Caminho aponta ‘graves irregularidades’

    O relatório entregue ao TCE-SP pela Secretaria de Agricultura em março aponta para “graves irregularidades” no programa Melhor Caminho, de construção de estradas rurais, entre os anos de 2021 e 2022. Segundo o documento, foram pagos cerca de R$ 200 milhões por obras que não foram concluídas.

    Outros R$ 300 milhões foram gastos, conforme a análise da gestão de Tarcísio, sem passar pelo protocolo de processos internos que garantem a qualidade das obras. Os atos aconteceram nas gestões de João Doria e Rodrigo Garcia (PSDB), que não se manifestaram quando das revelações.

    O MP abriu 147 investigações para apurar identificar todos os detalhes e envolvidos em supostos desvios. A suspeita é de que esses fatos possam configurar ‘em tese, ato de improbidade administrativa doloso’.

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