• Tarcísio cancela participação em debates; petistas falam em ‘desprepraro’

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 13/10/2022 21:53
    Por Pedro Venceslau e Gustavo Queiroz / Estadão

    Líder nas pesquisas de intenção de voto, o candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, decidiu não participar de três debates no segundo turno das eleições em que enfrentaria o petista Fernando Haddad (PT).

    Tarcísio não estará presente nos debates da TV Record, do programa Roda Viva da TV Cultura e do promovido pelo Estadão em parceria com um pool de veículos. Depois de marcar presença no evento da TV Band, o ex-ministro volta a ser sabatinado no debate realizado pela Rede Globo, no próximo dia 27.

    A estratégia discutida internamente, segundo aliados, é que as aparições seguidas poderiam gerar desgaste desnecessário e que, estando na liderança, a exposição pode não ser positiva.

    Aliados também acreditam que eventuais momentos de radicalização da campanha, como aconteceu em Aparecida (SP), quando esteve ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores hostilizaram jornalistas, também poderiam gerar desgastes.

    A participação de Bolsonaro no Santuário Nacional ao longo das homenagens à padroeira do Brasil foi tomada como uma tentativa de ganhar cacife eleitoral e conquistar o eleitorado religioso. Nas redes, a presença dos candidatos e os ataques à imprensa repercutiram de forma negativa.

    Na ocasião, o arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, chegou a dar um recado a Bolsonaro quando pediu aos fiéis definirem um “identidade religiosa” ao ser questionado sobre eventual uso político-eleitoral das celebrações. “Eu não posso julgar as pessoas, mas nós precisamos ter uma identidade de religiosa. Ou somos evangélicos ou somos católicos. Então, nós precisamos ser fiéis à nossa identidade católica. Mas, seja qual for a intenção, (Bolsonaro) vai ser bem recebido, pois é o nosso presidente”, afirmou a jornalistas.

    Em nota, a assessoria do candidato informou que os debates foram cancelados por motivos de agenda, “uma vez que dentro do curto período do segundo turno é preciso cumprir uma série de compromissos tendo como prioridade estar perto das pessoas e ouvir as necessidades apresentadas para o Estado”.

    “É importante ressaltar que o candidato participou de todos os debates e sabatinas propostos no primeiro turno, quando houve um período mais extenso para cumprimento destas agendas”, argumentou.

    Nos eventos promovidos pelo Estadão e pela TV Cultura, o candidato do PT, Fernando Haddad, será sabatinado sem a presença de Tarcísio. Sem o ex-ministro, a TV Record cancelou a realização do debate.

    Tarcísio também cancelou uma das agendas que teria nesta quinta-feira, a primeira após a presença em Aparecida. A campanha pontuou que a decisão foi tomada exclusivamente por incompatibilidade de horários e que Tarcísio declinou de participar dos debates citados no dias anteriores à visita ao Santuário.

    Membros da campanha petista criticaram a ausência de Tarcísio e a postura de que a eleição estaria ganha. Prospecções da campanha de Bolsonaro acreditam que o presidente e o ex-ministro podem liderar com 60% dos votos nas urnas.

    O deputado estadual Emídio de Souza (PT) alegou “despreparo” e “covardia” de Tarcísio. “É medo? Desespero? Covardia? Em menos de 24 horas, o pau mandado do Bolsonaro fugiu de 3 debates. Continua atordoado pela derrota do debate da Band ou desligaram o seu Waze e está perdido, Tarcísio?”, escreveu no Twitter.

    Últimas