• Tanure faz oferta para comprar fatia de controle da Novonor na Braskem

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  • 23/maio 17:07
    Por Cynthia Decloedt / Estadão

    O empresário Nelson Tanure fez uma proposta para aquisição da fatia controladora que a Novonor (ex-Odebrecht) tem na Braskem, apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) com pessoas a par do assunto. Um fato relevante deve ser divulgado após o fechamento do mercado financeiro. Procurada, a Novonor não comentou.

    A negociação envolveu o empresário e a companhia, que também tem buscado um comprador para sua parte na petroquímica, em esforço paralelo ao do banco de investimento Morgan Stantey e o BTG Pactual, que trabalham na venda há bastante tempo.

    Segundo as pessoas que acompanham o caso, os bancos credores da Novonor, que têm as ações da Braskem em garantia a empréstimos concedidos no passado pela então Odebrecht, foram comunicados sobre tal oferta na quinta-feira, 22, à noite. A apresentação dos termos de tal proposta deve ser feito na segunda-feira, 26.

    A Novonor deve manter uma fatia na empresa, como vinha defendendo em todas as propostas feitas anteriormente, afirmou uma dessas pessoas. Posteriormente, conversas devem acontecer também com a Petrobras, que é sócia da Novonor na Braskem.

    Os bancos credores vinham em processo acelerado para conversão dessas garantias em ações e alocá-las em um fundo de investimento em participações (FIP), que seria gerido pela gestora Geribá, que não faz mais parte do plano. Os bancos já discutiam aspectos de governança com a Petrobras dentro do plano alternativo à venda da petroquímica. Um novo acordo de acionistas também era discutido.

    A expectativa era que um memorando de entendimento entre os bancos e a petrolífera envolvendo o controle compartilhado da Braskem fosse divulgado no primeiro semestre e um acordo final no final do ano.

    A dívida da Novonor com Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) supera R$ 15 bilhões. Dentro de seu plano de assumir os 50% da Braskem, os bancos vinham defendendo que seria necessário fazer a empresa gerar resultado para fazer frente à dívida. A companhia tem valor de mercado hoje de R$ 8,5 bilhões.

    A discussão de preço, portanto, se mostra um ponto a ser observado nas discussões com Tanure.

    A venda da Braskem faz parte do plano de recuperação judicial da Novonor. A companhia sustenta que precisa manter uma fatia na empresa para honrar compromissos financeiros do plano.

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