• Talentos petropolitanos que elevam o nome da cidade no Brasil e no mundo: Rodrigo Santoro

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  • 16/mar 10:00
    Por Aghata Paredes

    “Hoje entendo que minha paixão pelas artes sempre existiu desde pequeno. Tive um professor de Literatura Portuguesa, o Bibiano, que nos incentivava a montar apresentações teatrais na sala de aula. Chamava de sessão lítero-musical. Acho que isso me incentivou durante minha  adolescência.”

    Rodrigo Santoro, 48 anos, sempre elevou o nome de sua cidade natal, inclusive internacionalmente, por meio de sua brilhante carreira artística. Completando 30 anos de trajetória, ele não apenas consolidou sua presença nas telas brasileiras com papéis em produções como “Bicho de Sete Cabeças” e “Carandiru”, mas também atravessou fronteiras ao participar de projetos internacionais, como “300”, “Westworld” e “Wolf Pack”. Ao longo de sua extensa lista de trabalhos, que abrange desde novelas brasileiras até produções de Hollywood, o petropolitano conquistou prêmios e reconhecimento, consolidando seu nome como ator e dublador brasileiro. 

    Mesmo com uma carreira movimentada, Rodrigo Santoro continua retornando à sua cidade natal sempre que possível, estabelecendo uma conexão constante com as raízes que moldaram sua trajetória artística e pessoal. O ator respondeu às perguntas desta entrevista da casa dos pais em Petrópolis. 

    Infância e adolescência na cidade

    “Morei quando muito pequeno na Irmãos D’ Angelo, em um apartamento. Nós mudamos para o Campo do Serrano quando eu tinha 7 anos, onde morei até os 18. Estudei no Colégio de Aplicação e, depois, no segundo grau, no Colégio Fênix. Hoje entendo que minha paixão pelas artes sempre existiu desde pequeno. Tive um professor  de Literatura Portuguesa, o Bibiano, que nos incentivava a montar apresentações teatrais na sala de aula. Chamava de sessão lítero-musical. Acho que isso me incentivou durante minha adolescência”, conta.

    A lista de trabalhos do petropolitano é extensa: “Olho por olho” (1993); “Pátria Minha” (1994); “Explode Coração” (1995); “O Amor Está  no Ar” (1997); “Hilda Furacão” (1998); “Como Ser Solteiro” (1998); “Suave Veneno” (1999); “Os  Trapalhões e a Luz Azul” (1999); “Estrela-Guia” (2001). Em 2001, o petropolitano atuou no filme “Bicho de Sete Cabeças”, premiadíssimo em festivais em Recife, Brasília e Rio de Janeiro. No ano seguinte, 2002, recebeu indicação do Globo de Ouro pela atuação em “Abril Despedaçado”, de Walter Salles. Em 2003, brilhou em “Carandiru”, dirigido por Hector Babenco, quando interpretou um  personagem homossexual. O que, inclusive, rendeu o prêmio Revelação Masculina no Festival de Cannes. No mesmo ano, em “Simplesmente Amor” (2003), ao lado de Laura Linney. Também  atuou em “Pastores da Noite” (2002); “Mulheres Apaixonadas” (2003) e “Hoje é Dia de Maria” (2005).  

    Na carreira internacional, ganhou destaque na produção canadense “300” (2006), uma história  adaptada dos quadrinhos de Frank Miller e Lynn Varley. Estreou em “Lost” (2007). Depois voltou para a TV em “Som e Fúria” (2009). Em seguida, fez “Afinal, o Que Querem as Mulheres” (2010). 

    Em 2012, atuou em “As Brasileiras”. Em 2015, em “Velho Chico”. Entre 2016 e 2010, na série de televisão norte-americana “Westworld”. Depois, em diversas séries: “Solteira e Boa Rapariga” (2019), pela Ukbar Filmes; “Sessão de Terapia” (2021); “Sem Limites” (2022) e “Wolf Pack” (2023). Sem falar nos diversos outros filmes que não estão nesta lista.

    Ao longo de sua carreira, o petropolitano nunca se preocupou em mostrar o ‘Rodrigo Santoro’ ao público, mas sim em discutir questões humanas relevantes. Questionado sobre o momento em que percebeu que desejava seguir a carreira de ator, quais papéis foram mais marcantes e de que jeito, Rodrigo ressalta que isso só ganhou clareza em seu terceiro trabalho. 

    “Nossa, estou chocado com a sua pesquisa sobre minha carreira, muito obrigado pelo cuidado. Acho que só ficou claro que poderia ser a minha profissão e não um hobby quando estava no meu terceiro trabalho profissional na televisão. Até então, fazia faculdade de Comunicação Social na PUC, no Rio de Janeiro. Cursei até o quarto período, quando tranquei a matrícula para me dedicar exclusivamente à carreira de ator. Se tivesse que destacar alguns trabalhos seriam: “Hilda Furacão”, que me levou ao papel em “Bicho de Sete Cabeças” (Paulo Autran me indicou para a diretora Laís Bodanzky), meu primeiro filme e divisor de águas na minha trajetória”, conta. 

    Foto: Hilda Furacão/Arquivo Globo

    Ao lembrar de sua transição da televisão para o cinema, o ator ressalta que esse desejo sempre existiu. “Sempre fui cinéfilo e tinha vontade de fazer filmes, mas não existia essa possibilidade no Brasil. Até o que chamamos de retomada do cinema brasileiro, no final da década de 90, quando tive a oportunidade de fazer “Bicho de Sete Cabeças”, explica. 

    Diversas facetas

    O talento e a habilidade do ator se estendem também à dublagem e participação em animações. “A dublagem é algo que desde pequeno eu brincava de fazer, abaixando o volume da televisão e inventando vozes. Eu adoro trabalhar com a voz”, conta, demonstrando entusiasmo sobre projetos recentes, incluindo a animação “Bizarros Peixes Das Fossas Abissais” (2024) e “Arca de Noé” (2024). 

    “Bizarros Peixes Da Fossas Abissais” é de um grande artista que dedicou quase 10  anos desenhando a mão esse projeto com sua equipe. É uma animação em 2D com um traço lindo, além de ser uma história que tem uma mensagem muito bonita. A Arca de Noé dispensa apresentações, né? [risos] Faço um ratinho poeta que é inspirado em Vinicius de Moraes. Fiz muitas aulas de canto e, além de dublar, cantei bastante. Foi demais”, conclui. 

    E por falar em projetos recentes do ator petropolitano, no último ano, Rodrigo Santoro compartilhou em suas redes sociais momentos marcantes durante as filmagens de “Outro Lado Do Céu”, dirigido por Gabriel Mascaro, na deslumbrante Amazônia. “Não consigo descrever a grandiosidade dessa experiência no coração da Amazônia. Acho que a única forma de entender a importância da Amazônia realmente é indo até lá e conhecendo.” Segundo o ator, o filme deve estrear ainda no primeiro semestre deste ano. 

    Além dos projetos mencionados, desde a estreia da 3ª temporada, só se fala em “Bom dia, Veronica” (2020). A temporada final choca o espectador, especialmente a cena em que Rodrigo Santoro contracena ao lado de Gianecchini. Questionado sobre como foi se preparar para viver Jeronimo nas telas, o petropolitano conta que esse processo foi dividido basicamente em duas partes. “A preparação física: dieta e rotina rigorosa de exercícios, e todo o processo de pesquisa e criação da personagem. Também acho muito chocante não só a cena à que você se refere, como todo o contexto e as atitudes da personagem, mas me sinto feliz em poder colaborar discutindo uma temática tão importante quanto a violência contra mulher”, ressalta. 

    Foto: Gravação de ‘Bom dia Veronica’ 
    Arquivo Pessoal/Rodrigo Santoro

    Diante dos inúmeros desafios em sua profissão, Rodrigo Santoro enfatiza a importância da perseverança e do constante aprimoramento: “Nossa, são tantos desafios! A competição é gigantesca, então o primeiro grande desafio é a perseverança. Outro é nunca parar de se aprimorar e se reinventar como artista. Eu lido com os desafios na minha profissão da mesma forma que lido com as questões da vida. Procuro fazer tudo que está ao meu alcance para ter uma boa saúde física e mental, para que, quando o desafio apareça, eu esteja com o melhor preparo possível para atravessá-lo. Porque os desafios são inevitáveis e só te fazem crescer”, conclui. 

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