Talentos petropolitanos que elevam o nome da cidade no Brasil e no mundo: Gustavo Leal
Gustavo Leal, aos 37 anos, é um nome que ressoa no cenário esportivo não apenas como o ex-auxiliar da seleção olímpica, mas como o treinador que conduziu o Atlético de San Luis pela primeira vez à liderança no México. Nascido e criado em Petrópolis, sua trajetória é marcada por muitos desafios e conquistas.
Sua infância, adolescência e vida adulta foram vividas no Centro, na Casemiro de Abreu, em Itaipava e no Bingen. Aos 7 anos, viveu por alguns meses em Niterói, mas retornou à sua cidade natal, onde estabeleceu suas bases. Mesmo durante sua atuação no Fluminense e na Seleção Brasileira, permaneceu em Petrópolis, indo e voltando diariamente. Em suas folgas, geralmente a cada 6 meses, retorna à cidade para aproveitar momentos com a família e amigos, e degustar a culinária local.
A carreira de Gustavo como treinador começou em 2006, aos 21 anos, no Serrano. Desde então, passou por diversos clubes, do Imperial e Mesquita à experiência internacional na Eslováquia. Em 2016, foi assistente técnico de André Jardine nos Jogos Olímpicos de Tóquio, conquistando a medalha de ouro e tornando-se o primeiro petropolitano a alcançar tal feito. “Fico muito feliz por ter sido o primeiro petropolitano a ganhar essa medalha de ouro, porque a gente tem muitos talentos em Petrópolis em diferentes áreas. Ver a bandeira subindo, ouvindo o hino, foi indescritível! Para mim foi muito importante, porque me espelhava em algumas pessoas quando jovem, como Marcelo Veiga, Murilo Guerra, e com certeza esses caras serviram de combustível pra mim em algum momento. Tomara que eu consiga ser isso também para algum petropolitano jovem e cheio de sonhos”, conta.
O petropolitano compartilha sua visão sobre o futebol, destacando: “É uma parcela muito importante da minha vida, como para muitos brasileiros. Vejo o futebol como um mecanismo para melhorar a vida das pessoas, tanto a nível de felicidade, esperar para ver o time jogar ali no domingo depois de uma semana difícil de trabalho, pegando ônibus lotado, quanto financeiramente no caso dos jogadores.”
Desde muito jovem, ainda no Colégio Santa Isabel, o petropolitano tinha uma relação com o esporte de maneira geral, especialmente com o futebol. “Além de jogar, eu era aquele que organizava o time e marcava os jogos com outras equipes. Mesmo quando era bastante jovem, por volta dos 10 ou 11 anos, no Santa Isabel, eu desempenhava o papel de consultor durante as partidas, dando sugestões como “Faz isso, tira esse, coloca esse.” Os mais velhos conversavam com o pessoal para seguir o que tínhamos planejado ali. Sempre tive essa afinidade com o esporte, e isso se desenvolveu de forma natural ao longo da minha vida. Tive muita sorte, pois minha família sempre me apoiou nessa decisão. Alguns profissionais de Petrópolis também foram fundamentais, como Adriana e Sidnéia, minhas professoras de educação física na escola, que me proporcionaram meu primeiro emprego na escolinha de futsal. Mais tarde, quando decidi ingressar no futebol de campo, Claudecir Pelé foi quem me abriu as portas no Serrano. Minha jornada pelo Fluminense teve início com o apoio de Marcelo Veiga, uma referência no meio. Tive muita sorte por contar com o respaldo de muitas pessoas ao longo desse caminho”, conta.
Incluindo passagens notáveis de sua carreira, entre 2014 e 2019, Gustavo teve uma influente passagem nas categorias de base do Fluminense, contribuindo para a formação de talentos. Como auxiliar técnico de André Jardine, participou das conquistas da Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e do Torneio de Toulon em 2019. Em 2022, seguiu Jardine para o Atlético de San Luis, no México, assumindo posteriormente o cargo de treinador e conduzindo o clube a uma histórica campanha.
A liderança do Atlético de San Luis, alcançada recentemente, é mais um capítulo de sucesso na carreira de Gustavo Leal. Na profissão, Gustavo enfrenta desafios diários, desde a pressão dos resultados até a constante avaliação de seu trabalho. “Muitas vezes, seu trabalho é avaliado toda quarta e sábado. Então, é tentar não abrir mão das suas convicções, de acordo com os resultados, ter ciência de quem você é, do que você fez até ali pra não mudar, talvez num momento de pressão, e se afastar dos seus principais objetivos”, ressalta.