Talentos petropolitanos que elevam o nome da cidade no Brasil e no mundo: Christian Monassa
Christian Monassa, 28 anos, ficou conhecido nas telas da Globo por interpretar o personagem Max na novela “Fina Estampa” (2011) e Serguei em “Malhação” (2013). Um ano depois, estreou nos cinemas, dando vida ao personagem Marcelo com o filme “Confissões de Adolescente” (2014). Nas reviravoltas da vida, o petropolitano decidiu migrar para o audiovisual, um desejo que surgiu naturalmente. Desde o ano passado, o sócio-diretor da Film In, produtora e agência especializada em diversas áreas do audiovisual, voltou a morar em sua cidade natal.
“Estar na serra, próximo das montanhas, é algo que realmente muda o dia a dia de qualquer um. Você se conecta muito mais com o clima, com os animais, com os elementos e com a natureza.”
Liberdade em meio às montanhas e cachoeiras
Permeada por aventuras em meio às montanhas e cachoeiras da cidade, a infância de Christian teve gosto de liberdade. E, mais recentemente, uma nova fase de sua vida está sendo construída na serra. “A minha história com Petrópolis sempre foi de paixão. Vivi aqui até os meus 7 anos, morei em alguns lugares diferentes, e estudei no antigo CENA. Depois, no Instituto Social São José. Até que mudei para o Rio de Janeiro”, conta. Quinzenalmente, o ator retornava a Petrópolis, já que parte de sua família morava na cidade. Ali era o momento em que Christian aproveitava livremente os atrativos de Petrópolis, inclusive o Parque Nacional Serra dos Órgãos (PARNASO). “Foi por aqui que vivi uma infância fantástica, livre nas ruas do condomínio da casa do meu pai, em Corrêas. Minhas lembranças sempre foram de muita aventura, subindo montanhas, soltando pipa, visitando cachoeiras, explorando o Parque Nacional com meu pai e meu irmão. Desde o meio do ano passado tive a oportunidade de voltar a morar por aqui. Estar na serra, próximo das montanhas, é algo que realmente muda o dia a dia de qualquer um. Você se conecta muito mais com o clima, com os animais, com os elementos e com a natureza.”, conta.
Luz, câmera, ação
No meio artístico, foi fazendo cinema que Christian percebeu que desejava contar histórias, mas desta vez por trás das câmeras. “O ‘tempo’ na televisão é completamente diferente do ‘tempo’ no cinema. Em “Malhação”, por exemplo, eu gravava 20 cenas por dia. Já no cinema, é um trabalho muito mais cuidadoso. Tem dias que você fica um dia inteiro para gravar uma única cena. Esse cuidado com a arte e com os detalhes fez com que eu me apaixonasse pelo audiovisual e, aos 19 anos, abrisse a minha produtora, a Film In, que esse ano, inclusive, completa 10 anos de CNPJ”, conta o petropolitano.
Em 2014, Christian pegou o que havia juntado do salário de “Malhação” (2013), e comprou uma câmera simples. Na ocasião, ele já reunia amigos para um curta-metragem. Os estudos em Direção Cinematográfica pela Academia Internacional de Cinema foram consequência. De lá para cá, com trabalho e dedicação, o petropolitano viaja mundo afora dirigindo diversos projetos de sucesso. No último ano, inclusive, a equipe da Film In produziu um documentário com entrevistas em locais como Lisboa, em Portugal; Madri, Múrcia e Valência, na Espanha; além de Orlando e Califórnia, nos Estados Unidos.
Como em qualquer carreira, o audiovisual possui diversos desafios. Imprevistos certamente fazem parte desse pacote. Em um dos trabalhos realizados pelo petropolitano foi o clima que testou os limites de toda a equipe. “Entre os grandes trabalhos que dirigi, um dos que mais me marcou foi a campanha de Yves Saint Laurent no deserto de Agafay, em Marrocos. Estava muito quente, em pleno verão, e como era uma campanha de perfume com a Marina Ruy Barbosa como estrela, a exigência do cliente era altíssima. Muitas pessoas, inclusive das equipes locais, se sentiram mal com o clima, mas no fim deu tudo certo e a campanha foi premiada em um dos maiores festivais de conteúdos focados no digital do mundo, o Rio Web Fest”, conta.
Outro desafio, segundo Christian, é unir o quesito sustentabilidade aos compromissos e aos limites do audiovisual. “Hoje em dia, esse é o maior desafio para mim. Ao projetar uma cenografia, por exemplo, quando você termina uma campanha, dificilmente os materiais são reutilizados. Sinto que faço a minha parte todas as vezes em que consigo reutilizar um material que guardamos no nosso acervo, ainda que uma parte. Tento sempre reduzir ao máximo coisas simples, como copos descartáveis etc. Já passou da hora de consumirmos o que quer que seja de maneira mais consciente, entendendo que, para o planeta, não existe jogar nada “fora”, explica.
Questionado sobre o processo de mudança de carreira e o significado disso em sua vida pessoal, Christian fala sobre a troca envolvida na direção e como cada profissional contribui para algo muito mais amplo.
“Dirigir, para mim, é um trabalho muito mais coletivo do que individual, enquanto interpretar, muitas vezes, era um trabalho mais individual, mesmo já tendo vivido trocas incríveis com atores fantásticos. O processo do estudo do texto já é, muitas vezes, individual por si só. Já me peguei tão focado no personagem que, em muitos momentos, esquecia que alguém pensou até no figurino que o personagem vestiria. Na cor do seu quarto. Nos quadros da parede de sua casa. Ter a oportunidade de trocar com tantos profissionais antes do set, contribuir na confecção do roteiro e saber conduzir uma equipe inteira para um mesmo objetivo é algo que só a direção me trouxe; e a bagagem que ter trabalhado como ator me deu, eu não aprenderia nunca em nenhum curso. Tudo é parte de um grande complemento perfeito, mas, hoje, dirigir e contar histórias me preenche mais”, conclui.