• Talentos petropolitanos que elevam o nome da cidade no Brasil e no mundo: Camila Morgado

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  • 16/mar 09:00
    Por Aghata Paredes

    Camila Morgado, 48 anos, é uma atriz de destaque no cenário artístico brasileiro e com uma carreira marcada por papéis intensos na TV, no cinema e no teatro. Nascida no bairro da Mosela, em Petrópolis, a artista traz consigo uma forte ligação com a cidade onde cresceu, estudou e onde se interessou pelo teatro.

    “Eu nasci em Petrópolis, minha casa lá era no bairro da Mosela, é lá ainda que minha mãe mora. Eu estudei no Colégio São José, que fica ali na Rua Montecaseros. Foi em Petrópolis que eu comecei a me decidir pelo teatro…O meu primeiro momento foi aos 14 anos, quando eu pedi para fazer um curso ao meu pai, e ele me inscreveu.”

    Foto: Arquivo Pessoal/Camila Morgado

    Embora tenha admitido ser tímida, abandonando os palcos após terminar o segundo grau, Camila retornou ao teatro em Petrópolis, fazendo cursos que solidificaram sua paixão pela atuação. Aos poucos, ela percebeu que ser atriz era seu verdadeiro desejo, o que a levou a se mudar para o Rio de Janeiro para estudar e, eventualmente, se formar em Artes Cênicas. “Eu percebi o meu desejo por ser atriz muito rápido, assim que comecei a fazer cursos em Petrópolis e no Rio de Janeiro, e senti que era aquilo que gostaria de fazer, porque me sentia muito feliz e preenchida com aquilo tudo. Era como se um mundo novo tivesse se aberto para mim.”

    A petropolitana continua frequentando sua cidade natal, já que a maior parte de sua família ainda mora aqui. “Eu vou sempre que eu posso. Normalmente, uma vez, às vezes duas ou três vezes por mês.”

    Camila Morgado conquistou notoriedade por diversos papéis: “A Casa das Sete Mulheres” (2003); “Olga” (2004), cinebiografia de Olga Benário Prestes; “América” (2005); “Viver a Vida” (2009); “Avenida Brasil” (2012); “O Rebu” (2014); “A Lei do Amor” (2016), “Malhação: Vidas Brasileiras (2018)” e “Pantanal” (2022). Na pandemia, presenteou o público com a personagem Janete, uma mulher vítima da violência do marido, em “Bom Dia, Verônica” (2020), na Netflix; e Dona Patroa, em “Renascer” (2024). Além disso, também voltou aos palcos de teatro em “A Falecida”, em temporada no Rio de Janeiro até 07 de abril.

    “Os papéis que a gente faz durante a carreira são sempre muito marcantes, e é difícil escolher os mais marcantes, porque todos os personagens nos ensinam e nos ampliam muito. Mas eu não posso deixar de citar “A Casa das Sete Mulheres” e “Olga”, porque foram os meus primeiros papéis no audiovisual. Eu estava vindo do teatro, era bem jovem, e aquilo era muito difícil de fazer para mim.”

    A atriz, que iniciou sua trajetória no teatro profissionalmente na Casa das Artes de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, passando pelo Centro de Pesquisa do Antunes Filho, e pela companhia de Gerald Thomas, conta como foi retornar aos palcos de teatro após 11 anos de hiato. “Eu acabei emendando um trabalho no outro no audiovisual, e eu nem me dei conta que já haviam se passado 11 anos sem fazer teatro, que é um lugar que eu adoro estar.”

    Em relação a personagens que abordam temas sensíveis, como a violência contra a mulher em “Bom Dia, Verônica” e a submissão em “Renascer”, Camila Morgado destaca seu comprometimento em interpretar papéis que possam impactar positivamente o público.

    Camila Morgado interpreta Janete em “Bom dia, Verônica”

    “Bom, eu gosto muito quando a gente faz personagens que podem ajudar as pessoas de alguma forma, e no caso da Janete [Bom dia, Verônica] eu vi isso muito claramente, porque ela deu luz a muitos tipos de violência – violência moral, psicológica, física. Foi um papel muito forte e de extrema importância para aquelas pessoas que vivem a opressão.”

    Camila Morgado encara os desafios de sua profissão com maturidade, destacando a necessidade de se adaptar a diferentes contextos.

    “Acho que um dos principais desafios é o fato de sempre mergulhar em diferentes personagens e criações a cada novo trabalho. Toda vez que começo um projeto, me deparo com uma equipe nova, uma dramaturgia diversa e, principalmente, um inédito mundo que a personagem traz junto com a disciplina, que precisa sempre estar presente em cada trabalho. Além disso, existe o fato de que fazer arte no Brasil já é, por si só, um grande desafio.”

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