Suíça: diante de derretimento de geleiras, país deve aprovar lei climática neste domingo
Uma maioria de cidadãos suíços votou hoje a favor de uma lei que deve estabelecer a meta de emissões de gases de efeito estufa “líquidas zero” até 2050, de acordo com projeções preliminares do referendo. As primeiras estimativas do Instituto GFS Bern, elaboradas com base na contagem antecipada dos votos e divulgadas pela rede de rádio e televisão suíça SRF, apontam que 58% dos eleitores são a favor da lei. A margem de erro é de 3%, conforme a SRF. Não se sabe até o momento o porcentual de eleitores que já votou. O resultado da votação deve ser divulgado ainda neste domingo.
A lei também prevê que mais de 3 bilhões de francos suíços (US$ 3,357 bilhões) sejam destinados a ajudar empresas e cidadãos a abandonarem o uso de combustíveis fósseis.
A realização do referendo foi desencadeada por uma campanha de cientistas e ambientalistas para salvar as geleiras da Suíça, que vêm derretendo rapidamente. No ano passado, foi registrada perda de mais de 6% do volume das geleiras do país, o que deixou cientistas alarmados. Eles argumentam que uma redução de 2% já seria considerada extrema.
O nacionalista Partido do Povo Suíço, que exigiu a votação, alega que as medidas propostas farão subir os preços da energia elétrica. Já os defensores do plano argumentam que a Suíça será duramente atingida pelo aquecimento global e já está vendo os efeitos do aumento das temperaturas em suas geleiras.
“O resultado da votação mostra que os cidadãos de nosso país estão comprometidos com o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius para preservar ao máximo nossas geleiras, reservas de água, agricultura e prosperidade. Fico muito aliviado em ver que as mentiras disseminadas pelo campo contrário durante a campanha não semearam a semente da dúvida nas pessoas”, disse em nota o especialista em clima e energia do Greenpeace Suíça, Georg Klingler. “Esta vitória significa que, finalmente, o objetivo de alcançar emissões líquidas zero será ancorado na lei”, acrescentou.
Fonte: Associated Press.