Startup usa tecnologia como base de impacto social
**Foto: Anderson Vieira
“O negócio que lideramos mostra o que a gente é”. Com esta frase, a CEO da startup Tic Social, Thais Ferreira, resume o empreendimento que comanda em Petrópolis e que foca na formação de pessoas com pouco ou nenhum acesso ao mercado crescente da tecnologia da informação (TI). Com a ajuda de parceiros, o empreendimento tem como meta o impacto social no desenvolvimento de habilidades humanas para atender a falta de mão-de-obra no setor.
Estima-se que o mercado de trabalho deve criar, de acordo com a Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais), 795 mil novas vagas até 2025. No Brasil, acredita-se que exista um déficit anual superior a 100 mil colaboradores, o que reflete exatamente uma preocupação de empresários em criar novos postos de trabalho. É exatamente nesse contexto que a TIC Social entra. Todavia, a diferença está na formação de talentos de diferentes idades, etnias, raças para promover a inclusão com impacto social.
“A TIC Social surgiu para resolver um problema num determinado momento. O nosso maior desafio é formar profissionais de tecnologia para atender a uma demanda crescente. Hoje, as universidades não formam um número suficiente de pessoas para atuar nas empresas, sendo que existem também cursos técnicos que ajudam a suprir o déficit de vagas, como acontece hoje com o Serratec, que promove a Residência em Software e que recebe nosso auxílio. Só que a nossa pegada tem como objetivo reunir pessoas sem acesso a tecnologia e inseri-los no meio profissional”, explicou Thaís Ferreira.
A ideia de montar a startup – nascida em 2021, em plena a pandemia da Covid-19 – com base social e atuante no conceito de sustentabilidade veio da própria história de vida da CEO, hoje reconhecidamente uma das líderes do mercado da tecnologia no município. Jornalista com pós-graduação em gestão social, Thais é designer em sustentabilidade e atuou no terceiro setor, gestão pública e privada com foco voltado para a área do bem estar social.
A empreendedora se uniu aos empresários Guilherme da Motta Alves, Marcelo Carius e Alexandre Macedo para criar o empreendimento que vai ingressar pessoas no mercado ao mesmo tempo em que valoriza o trabalhador muitas vezes discriminado, num país onde há 11 milhões de desempregados.
“Existe a preocupação do empresariado do Serratec em criar um ambiente com impacto social, ajudar as pessoas a terem um novo futuro para suas carreiras. Daí, então, a TIC Social vem suprir essa proposta que traz benefícios à população petropolitana. A profissão de desenvolvedor, por exemplo, é muito requisitada hoje em dia no mercado de tecnologia”, disse Thaís.
Para entrar com força no mercado, a TIC Social tem a sua disposição times multidisciplinares que atendem às necessidades das empresas parceiras, unindo a tecnologia e impacto social. Por isso, realiza formação continuada de novos profissionais em tecnologia da informação, através do incremento educacional gratuito.
Além de unir trabalho e desenvolvimento social, a startup de Petrópolis desenvolve projetos customizados com cada cliente com mentoria prática e treinamento continuado em inovações alinhadas às demandas de mercado. Só que o grande diferencial, está justamente no pessoal: transformar social e economicamente a vida de profissionais recém qualificados em TI e integrá-los ao mercado de trabalho.
“Também trabalhamos com a evolução do conceito de responsabilidade social, conectamos nossos métodos com aquilo que as empresas parceiras necessitam. Assim, mantemos os negócios de TI no município e também na Região Serrana com profissionais capacitados para corresponder às expectativas dos clientes. A geração de oportunidade no mercado de trabalho se torna o principal mote da TIC Social”, opinou Thaís Ferreira.
Atualmente, a maior parte desses profissionais participa do programa de residência no Parque Tecnológico da Região Serrana, local que, aliás, nasceu a TIC Social. O perfil da startup é a de trabalhar a desigualdade social, de etnia, funcional para que sejam devidamente preparados para assumir responsabilidades na área da TI.
Recentemente, em entrevista à Tribuna, o presidente do Serratec, Guilherme Motta Alves, revelou que Petrópolis deve dobrar o número de empregados na TI até 2025, o que vai acelerar ainda mais o trabalho engenhoso da startup, até porque as chuvas de 2022 trouxeram mais desemprego para os moradores da Cidade Imperial e acredita-se que muitos deles devem emigrar para o setor da tecnologia.