Startup: um negócio que floresce na economia local

Com maior estímulo À economia liberal, o Governo Federal tem planos de incentivar o empreendedorismo no país. Será uma bela oportunidade para investimentos na área do empreendedorismo, sobretudo uma modalidade que a iniciativa privada de Petrópolis pretende fomentar nos próximos anos: as startups. Esse modelo de negócio atrai cada vez mais petropolitanos, que com pouco dinheiro podem faturar muito com a área da inovação.

Antes de tudo, é preciso entender conceitualmente o que é uma startup. Popularizadas a partir da década de 1990 com a “bolha” da internet, elas se tornaram um modelo de negócio que atrai jovens que olham a inovação como ponto central de seu negócio, com projeção de ganhos futuros. Nos Estados Unidos, na onda da conexão global, surgiram centenas de empresas de startups no mundialmente conhecido Vale do Silício. Dali, surgiram a Apple Inc., Google, Facebook, Microsoft e tantas outras na área da tecnologia.

Há, contudo, empreendedores que encarem um cenário de incertezas no início, em decorrência do seu projeto de inovação se tornar inaplicável. Mas é fato que a startup é algo que pode dar muito certo e transformar o mundo. Além das empresas de alta tecnologia terem começado como uma startup, outros negócios floresceram da aplicação da tecnologia como solução de diversos problemas da sociedade, desde a compra de um par de sapatos até a construção de um condomínio. Tudo aquilo que facilite o cotidiano do cidadão pode surgir de uma ideia genial, que pode resultar em lucro.

O termo startup soa como algo relativamente novo no vocabulário da economia, mas a sua aplicação já tem um pouco mais de uma década. Há 17 anos, a professora universitária e mestre em ciência da computação, a petropolitana Marcilene Scantamburlo, é uma das pioneiras do segmento em Petrópolis. Ela criou a Webroad e a Mentor App, sendo uma das mais respeitadas do setor no município. Suas ideias inovadoras ganharam reconhecimento internacional, a ponto de entrar no programa da IBM. Participa, com sucesso, de editais de empresas que investem pesado em descobertas.

Marcilene Scantamburlo. Foto: Divulgação

Em um dos seus trabalhos, Marcilene criou um programa que tem com finalidade melhorar os resultados das empresas dentro do contexto governamental, com o uso de inteligência artificial. Além disso, ganhou a condição de disputar, entre cinco mil inscritos, uma das 70 tarefas selecionadas, cuja subvenção financeira virá de um aporte do BNDES. Outra solução elaborada pela professora é a “Pauta On Line”, uma plataforma de aprendizagem para os professores da educação corporativa, que orienta estudos à distância.

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A startup, definitivamente, chegou para mudar o mundo. Essa forma de empreendedorismo causa espanto no público, já que boa parte vê a inovação como sinônimo de desemprego. Essa ideia, porém, não é compartilhada por Marcilene Scantamburlo, que tem uma visão mais otimista do futuro no que diz ao mercado de emprego. “Estamos vivendo a quarta Revolução Industrial e várias funções estão sendo substituídas por máquinas inovadoras. Acredito que até 2021, mais de sete milhões de vagas serão extintas e até 2030, 800 milhões de pessoas ficarão desempregadas, justamente por causa dessa Revolução Industrial. Por outro lado, cria-se uma demanda para solucionar esse problema. É na inovação que se pode compensar nisso. Esse é um problema a se resolver”, explicou ela.

Rodrigo Monteiro, administrador com especialização em gestão de pessoas, sócio da Eyesight e gerente de RH numa grande empresa de comunicação da cidade, tem uma visão bem simples da startup. A Eyesight está em pleno funcionamento. Ele afirma que esse negócio não envolve apenas tecnologia, mas está intimamente ligada a ela. 

Rodrigo Monteiro. Foto: Divulgação

“Sobre as startups, embora muita gente as use como sinônimo de empresas de tecnologias, não é bem por aí. Existem muitas definições a partir do modismo da expressão, mas eu gosto da ideia da startup como sendo um negócio pequeno e que pode ser escalável (crescer) rapidamente num ambiente de incertezas. A questão da tecnologia vem, porque normalmente é a tecnologia que permite o ´escalável´ da frase anterior. Ou seja, quando falamos de escalável estamos falando de muitas pessoas terem acesso àquele produto/serviço”, explicou Monteiro.

As soluções das empresas de Marcilene e de Rodrigo Monteiro não são únicas. O petropolitano Rodrigo Curcio, CEO & Fundador da HumanAZ, é a única startup de Atração & Seleção do Brasil e plataforma (SaaS) para banco de competências – com tecnologia – para empresas e profissionais. A proposta da plataforma é criar um único canal para contratação e capacitação, em tempo real, de empresas e profissionais. A empresa, recrutador, headhunter e RHs, terão acesso a mais inovadora tecnologia e avançada metodologia com competências para atrair e selecionar profissionais, no mercado da região serrana.

O Serratec tem seus olhos voltados também para o promissor mercado de startup. De acordo com Marcelo Cariús, a instituição sem fins lucrativos vai promover, do dia 16 a 18 deste mês, em seu polo, em Quitandinha a segunda edição do Techstars Startup Weekend, um final de semana onde as pessoas discutem suas ideias e recebem orientações de empreendedorismo. “Fizemos com sucesso em Teresópolis neste ano e agora vamos realizar em Petrópolis. É uma excelente oportunidade para que as pessoas sejam orientadas a criar soluções para os mais diversos problemas”, disse Cariús, que anunciou para breve um mapeamento de negócios ligados à inovação na Região Serrana.