SP cobra verba do Ministério da Saúde para financiar 4,3 mil leitos de UTI
A Secretaria Estadual da Saúde enviou ofício ao governo federal nesta terça, 2, cobrando a liberação de recursos para leitos de UTI. Segundo a gestão paulista, está pendente a liberação de verba para 4.351 vagas e o Ministério da Saúde só manteve financiamento para manter 11,4% dos leitos para covid no Estado, que sofre com a alta de infectados.
“Não tivemos resposta ainda. O ofício é uma reiteração do que constantemente temos informado ao ministério. A falta de resposta significa que Estado e municípios terão de colocar, de um dia para o outro, R$ 210 milhões mensalmente para financiar esses leitos que subitamente o ministério deixa de manter”, disse ao Estadão Eduardo Ribeiro, secretário executivo da pasta da Saúde.
O total de leitos UTI covid implementados no Estado é de 5.263 – hoje 4.915 estão ativos. Desses, segundo o Estado, só 564 estão sendo financiados pelo ministério. O custo diário de uma UTI covid é de R$ 1,6 mil. No Sistema Único de Saúde, o governo federal tem atuado na habilitação e financiamento dos leitos de UTI. Ribeiro diz que a cada mês o governo estadual precisou elevar o investimento na manutenção dos leitos, pois o ministério reduzia repasses. “Houve diminuição de cerca de 30% nas habilitações nos últimos seis meses”, disse Ribeiro. Procurado pela reportagem ontem à noite, o ministério não respondeu até 20h50.
A pressão por mais verba ocorre em um momento que Estados e municípios buscam aumentar leitos para evitar o que aconteceu no Amazonas há 20 dias, quando a rede de saúde entrou em colapso e pacientes morreram asfixiados por falta de oxigênio hospitalar. As taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 67,3% na Grande São Paulo e 68,1% no Estado. O total de internados é de 12.987, sendo 7.027 em enfermaria e 5.960 em UTI, conforme balanço de ontem à tarde.
No último dia 22, o governo de São Paulo anunciou a ativação de 756 leitos em hospitais estaduais. Serão abertos 306 leitos de UTI covid e outros 450 de enfermaria até o fim do mês.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.