Sou criticado ou elogiado, mas ninguém tem dúvida sobre o que penso, Davi Alcolumbre
O novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), disse neste sábado, 1º, que “ninguém tem dúvida” sobre o que ele pensa sobre algum tema, mas que se sente “um pouco vítima de notícias” sobre assuntos que não tratou com os parlamentares. Alcolumbre não respondeu questionamentos da imprensa. Fez apenas um pronunciamento logo após sair do plenário do Senado após sua eleição.
“Muitas vezes sou criticado ou elogiado, mas ninguém tem dúvida sobre o que penso sobre algum tema, o que penso sobre o Parlamento e a política”, declarou. “Muitas vezes me sinto um pouco vítima de notícias que não sei nem qual é o assunto, nunca falei sobre o tema, nunca conversei sobre uma determinada agenda e de repente sou surpreendido”, completou.
Alcolumbre fez diversos elogios ao agora ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas também fez críticas às desavenças que as cúpulas da Câmara e Senado tiveram nos últimos anos, especialmente em relação às medidas provisórias.
“A falta de comunicação entre presidente da Câmara e do Senado dividiu a gente, e em muitas agendas que podiam ser propositivas para o Brasil ficamos sem resposta, ao cúmulo de não conseguirmos instalar comissões mistas de medidas provisórias”, declarou.
Alcolumbre deu coro às constantes reclamações de senadores em relação à tramitação das MPs durante a gestão de Arthur Lira (PP-AL) na Câmara dos Deputados. Lira era refratário ao modelo de tramitação das MPs – que passam por comissões mistas para somente então irem à Câmara e depois ao Senado. O deputado preferia que o governo enviasse projetos de lei com urgência. Esse formato de tramitação beneficiava a Casa Baixa do Congresso, que ficou com a maior parte das negociações com o governo sobre os textos.
“Nós éramos chamados aos 45 minutos do segundo tempo e era feito um apelo para que votássemos direto no plenário, com relator de plenário, uma matéria muito relevante que poderia e seria aprimorada se o Senado tivesse tempo de apreciar em uma comissão mista”, declarou Alcolumbre, completando que deseja “restabelecer o curso natural das coisas”, com a tramitação pelos colegiados formados por deputados e senadores.
Alcolumbre agradeceu ao apoio que teve em sua eleição e citou a aliança com partidos da direita à esquerda (mencionando que tanto PL quanto PT apoiaram sua candidatura). Segundo ele, a “esmagadora maioria” do Senado compreendeu sua agenda.
“Eu muito pouco falei, porque minha preocupação era falar sobre uma candidatura sem primeiro poder falar aos 80 senadores o que pensava do Senado para transferir para eles o que penso do fortalecimento do Poder Legislativo”, afirmou.
“Não foi à toa que conseguimos, mesmo sem falar muito, conversar com todos os senadores. Isso, do ponto de vista pessoal, foi uma grande vitória. Porque agora há um resultado. A esmagadora maioria dos senadores compreenderam minha agenda”, completou.
O senador disse, ainda, trabalhar “muito para defender o Poder do qual faço parte, para garantir as prerrogativas desse Poder”.