• Socióloga muda de profissão e se destaca como designer floral em eventos e até na moda

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  • 27/07/2020 18:00

    Entre cores, afetos e muita criatividade, a socióloga por formação Mariana Menezes encontrou nas flores uma nova profissão e um grande amor. Há 12 anos, deixou Petrópolis e se mudou para São Paulo. Lá, fez cursos, abriu uma floricultura e descobriu, no processo de criação dos arranjos florais, uma forma de expressão artística. 

    Hoje designer floral, Mariana dedica a maior parte do seu tempo ao estudo das flores e às descobertas no processo criativo dos arranjos. Formada em Ciências Sociais pela PUC-RIO, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e, agora, é doutoranda em Belas Artes na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mas ela garante que esse robusto currículo foi uma ponte fundamental para sua especialização como designer.

    Festa Tropical/Decoração: @fabimouraprojetos/Divulgação

    “A bagagem é incrível, tanto na sociologia quanto em relações públicas. Sempre gostei muito de literatura e busquei encontrar conceitos. E agregou muito no trabalho, em função dessa formação inicial. Agora, cursando doutorado em belas artes, tenho um outro olhar. Passa a não ser apenas uma decoração floral para uma festa X, mas um processo de criação, das flores e dos arranjos”, disse.

    Festa Alice no País das Maravilhas/Decoração: @danivinas/Divulgação

     Os arranjos são especialmente criados para eventos, como festas infantis e casamentos. Já são mais de mil eventos realizados. O sonho das noivas mais minimalistas é realizado com exclusividade. Os mini weddings, celebrações de casamentos mais intimistas e com menos convidados, são os favoritos. “Gosto de colocar a minha identidade no trabalho, faço pessoalmente os arranjos e nenhum deles é semelhante ao outro. Nos mini weddings tenho a liberdade de não padronizar os arranjos. São arranjos desconstruídos”, disse.

    Festa Alice no País das Maravilhas/Decoração: @danivinas/Divulgação

    O estilo boho, caracterizado por eventos ao ar livre, com muitas flores e que vem se tornando uma tendência nos casamentos, é outro xodó da designer, principalmente por causa das tonalidades e quantidade de espécies de flores que pode usar na composição dos arranjos. Há eventos que levam em média 20 horas entre a pré-montagem e a montagem. As festas infantis são um encanto. De acordo com a temática proposta, os arranjos ganham uma característica infantil e brincam com o cenário das festas.

    Festa Woodland/Decor: @fabimouraprojetos/Divulgação

    O mix de flores e cores é uma expressão artística, e porque não de moda? A designer fez uma parceria com uma estudante de moda para editorial em que todas as peças foram feitas de flores. O editorial foi apresentado como trabalho de conclusão do curso de moda do Senac. “Saí da questão de um arranjo em si, para explorar absurdamente um universo infindável de criação. Uma alquimia. Duas flores juntas transformam um determinado espaço. É apaixonante”, disse.

    Festa Peter Rabbit/Decor: @fabimouraprojetos/Divulgação

    Mais do que profissão, Mariana cultiva uma relação de afeto e preocupação com o meio ambiente. “Há uma relação afetiva com as flores. Gosto de cultivar, tenho meu acervo afetivo na minha casa. Há uma troca energética com as flores. Às vezes fico 24h trabalhando, já trabalhei 3 a 4 dias virada, mas a troca que tem com as flores, a parte de criação e a montagem é espetacular, eu nem penso no cansaço físico. Me encontrei inteiramente. Eu amava o que fazia antes, mas encontrei uma relação de paixão”, disse.

    Halloween/Decor @fabimouraprojetos/Divulgação

    Quem trabalha com eventos sabe a responsabilidade social e ambiental que vêm junto. A produção de lixo, o descarte adequado de materiais, a escolha de materiais biodegradáveis e menos poluentes é um dos pilares do trabalho do florista. “É importante ressaltar a importância do papel do florista, do organizador de evento, com o meio ambiente. Porque toda festa é uma produção enorme de lixo: são as forminhas, as tags, as diversas embalagens, as diversas caixas de transporte de bolo, até as flores mesmo vêm todas embaladas em plástico. É uma questão fundamental pensarmos no nosso papel não só no processo de reciclagem, mas também de ter um uso consciente de material, sobretudo não gerar lixo, além de repensar formas de uso”, disse.

    Editorial de moda/Produção: Helena Palma Boechat/Divulgação

    Nas redes sociais, a designer compartilha os arranjos e montagens artísticas que produz para os eventos. Todo o trabalho pode ser conferido no instagram @marianamenezes_designfloral e no site.

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