Sócio de Nego Di em suposto esquema de vendas fraudulentas é preso em Santa Catarina
A polícia do Rio Grande do Sul prendeu na tarde de segunda-feira, 22, Anderson Boneti, sócio do ex-BBB e humorista Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, que era considerado foragido. A prisão aconteceu no município de Bombinhas, no litoral de Santa Catarina.
De acordo com a polícia, Anderson e Nego Di são sócios de uma empresa, a Tá di Zuera, e teriam aplicado golpes em mais de 300 pessoas, causando um prejuízo de mais de R$ 5 milhões nos consumidores, que compravam produtos com preços abaixo do mercado e nunca receberam. A defesa de Boneti não foi localizada pela reportagem.
As forças de segurança entenderam que existia possibilidade de fuga dos acusados e, por isso, foram expedidos mandados de prisões preventivas para os dois sócios. Enquanto Boneti foi encontrado apenas na segunda-feira, Nego Di está preso desde o dia 14.
Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira, 23, o Chefe da Polícia Civil gaúcha, delegado Fernando Sodré, detalhou o suposto esquema criminoso. “Boneti tinha a expertise digital e era responsável pelo funcionamento do site, enquanto que Nego Di utilizava a sua imagem de figura pública. Agora entraremos numa segunda fase da investigação, com verificação de valores que entraram na conta e se há crimes de lavagem de dinheiro”, disse o delegado.
Segundo a polícia, nos últimos dias foram obtidas informações de que Boneti estava no litoral de Santa Catarina, possivelmente se escondendo em uma hospedagem no município de Bombinhas. Logo, uma equipe de policiais civis foi deslocada até o local, até que ele foi visto na sacada do apartamento. Com isso, os policiais entraram no imóvel e o capturaram.
No momento da prisão, Boneti estava sozinho no apartamento. Durante a ação, foram apreendidos documentos, computadores, celular e dois cartões de débito. O preso foi conduzido para o Estado do Rio Grande do Sul.
O que se sabe sobre o caso
Nego Di foi preso em Santa Catarina no domingo, 14, por suspeita de estelionato em vendas por meio de uma loja virtual. Na sexta-feira, 12, o ex-BBB havia sido alvo de outra operação por suspeita de rifas ilegais. A defesa do artista afirmou à época que a inocência de Nego Di será provada e pediu cautela com julgamentos precipitados, sob risco de atrapalhar a carreira do cliente.
A suspeita é de que Nego Di tenha cometido 370 crimes de estelionato. Ele é acusado de vender e não entregar produtos de uma loja virtual. Em 2022, o ex-BBB chegou a se pronunciar sobre o atraso na entrega dos produtos, alegando “erro de logística”. Afirmou também que havia sido enganado.
O esquema de fraude teria rendido lucro de cerca de R$ 5,3 milhões, sendo a maioria das vítimas, “de origem humilde”, segundo a investigação. Nego Di e o sócio, Anderson Boneti, ofereciam produtos como TVs, celulares e ar-condicionado com preços até 50% abaixo do valor de mercado, mas os produtos nunca eram entregues aos clientes.