• Sobrevivente sobre naufrágio na Garganta do Diabo: ‘Ninguém estava com colete’

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  • 02/out 15:45
    Por José Maria Tomazela / Estadão

    A Marinha do Brasil investiga se o barco “La Linda”, que naufragou no último domingo, 30, em São Vicente, com sete pessoas a bordo, estava em situação regular de navegação. Segundo a Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), com a perda da documentação durante o naufrágio não foi possível confirmar a identificação e as características do barco. Um inquérito administrativo foi instaurado a fim de identificar as possíveis causas e apurar responsabilidades, segundo a CPSP.

    O naufrágio lançou os sete ocupantes do barco ao mar, na região da Garganta do Diabo, próximo à Ilha Porchat, no litoral de São Vicente. As vítimas retornavam de uma festa a bordo de uma lancha maior.

    Cinco pessoas, entre elas o piloto da embarcação, foram resgatadas pelas equipes de salvamento do Corpo de Bombeiros e da Marinha. Elas receberam atendimento médico e passam bem. Duas mulheres – Beatriz Tavares da Silva Faria, de 27 anos, e Aline Tamara Moreira de Amorim, 37 – desapareceram no mar e ainda são procuradas.

    Uma das sobreviventes, a estudante Camila Alves, de 20 anos, disse em vídeo postado em sua rede social que os ocupantes do barco não usavam coletes. “Na hora que o barco virou, ninguém estava com colete. E nenhuma das meninas sabia nadar”, relatou. “Eu não sei nadar. A Bia (Beatriz, a mulher desaparecida) e a Vanessa (Audrey, sobrevivente) não sabiam nadar. Quando o barco virou, o barco tinha três coletes e dois galões de gasolina. Todo mundo se agarrou e cada um tentou salvar a sua vida”, disse.

    Camila contou que, para sobreviver, tentou se jogar sobre as pedras e se agarrar em um rochedo. Ela sofreu vários ferimentos, inclusive um corte mais profundo na cabeça. Contou ainda que engoliu muita água e que os coletes e os galões ajudaram a flutuar.

    Investigações

    A informação prestada pelo condutor da embarcação é de que o barco estaria cadastrado com o nome “La Linda”, possuindo seis metros de comprimento. O casco foi construído em alumínio, mas, segundo a Marinha, ainda não foi possível determinar a sua capacidade. A CPSP pode determinar que o proprietário ou a empresa responsável faça o resgate da embarcação para perícia.

    O naufrágio será apurado também pela Polícia Civil, mas até esta terça-feira, 1, os envolvidos não tinham sido ouvidos. Um dos pontos a ser apurado é se o barco oferecia condições de segurança aos seus ocupantes. O local onde ocorreu o naufrágio é considerado crítico para navegação.

    No fim da tarde de ontem, o Grupamento de Bombeiros Mar(GBMar) informou que as buscas pelas duas mulheres desaparecidas continuavam com duas embarcações do Corpo de Bombeiros, duas viaturas terrestres e um helicóptero da Polícia Militar, além de uma embarcação da Marinha.

    “As operações estão sendo concentradas nas áreas costeiras próximas ao local onde o acidente ocorreu, com o objetivo de cobrir a maior extensão possível e aumentar as chances de localizar as vítimas”, disse a corporação. As ações estão acontecendo das 7 às 19h.

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