• Sobre a greve da educação

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  • 04/03/2016 11:00

    No último dia 2 de março teve início a greve dos profissionais da Educação estadual. Era um desenlace anunciado contra os ataques deste governo que diariamente dá demonstrações a que veio e a quem segue. Prova disso é que enquanto os educadores e o conjunto do funcionalismo são penalizados sem reajustes, sofrendo ataques contra direitos adquiridos e sujeitos às piores condições de trabalho, os benefícios para as empreiteiras e concessionárias de serviços públicos continuam mantidos.

    Outros exemplos estão aí pra todos constatarem o caráter falacioso do governo Pezão. Assim, na LDO 2016 foram destinados cerca de R$ 850 milhões na forma de renúncia fiscal beneficiando a AMBEV, um dos maiores fabricantes de bebidas do mundo e que praticamente monopoliza o mercado nacional. Pois bem, por essa benesse o estado deixará de receber em 2016 algo em torno de R$ 6.700 bilhões de grandes empresas, porque na mamata estão agraciadas também montadoras de automóveis e outras distribuidoras de bebidas sediadas no RJ, que nem por isso deixaram de demitir, sonegar direitos e agravar as condições de trabalho de seus empregados. Desnecessário lembrar que em sua maioria estas empresas foram doadoras de recursos para a campanha de Pezão ao governo do estado.

    Poderíamos falar ainda sobre o escândalo envolvendo a Supervia e os subsídios injustificáveis que recebe, sobre o aluguel de geradores da Light para as Olimpíadas que implica no perdão de uma dívida de R$ 170 milhões e outros descalabros. Enquanto isso o governo alega não ter recursos para impedir o sucateamento da Educação no estado que, como bem disse Darcy Ribeiro a respeito da crise da Educação que esta “trata-se de um projeto”. Sim, para sucatear e depois privatizar como fizeram (e continuam fazendo) com empresas e instituições que já foram motivo de orgulho para o Brasil.

    Estas são a razão de fundo, porque o que deflagrou a greve foram o reajuste zero em meio a uma inflação de dois dígitos, parcelamento de salários e uma cretina proposta de contrair empréstimos para cobrir a diferença. Pezão mostra mais uma vez a que veio no colo do Bradesco, não por acaso um dos seus financiadores de campanha.

    Mas a gota d’água mesmo veio com a proposta de aumentar para 14% a alíquota para a aposentadoria, revê-las todas e ainda modificar a idade mínima. Isso foi o estopim, mas o que está levando os profissionais de Educação às ruas é uma indecente proposta de nova lei de responsabilidade fiscal para impedir futuros reajustes do funcionalismo. Isto tem unificado os servidores estaduais que passam a contar ainda com o apoio dos estudantes. Pezão não sabe no vespeiro que mexeu…

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