• Sob pressão, Palmeiras estreia na Libertadores contra o Universitario, no Peru

  • 21/04/2021 07:30
    Por Ciro Campos / Estadão

    O atual campeão da Copa Libertadores estreia na competição, às 21h desta quarta-feira, com a típica pressão de quem parece estar há anos na fila por um título. A situação inusitada faz o Palmeiras encarar o Universitario, em Lima, no Peru, com a cobrança de provar que, cerca de três meses depois da conquista da edição de 2020 do torneio, o elenco continua capaz de ser competitivo e de encerrar o pior momento da era Abel Ferreira.

    O técnico português chegou ao Brasil em novembro e jamais havia encarado um momento tão tenso. A equipe acumulou dois vices recentes na Supercopa do Brasil e na Recopa Sul-Americana. Depois, o Palmeiras perdeu o clássico para o São Paulo e teve o muro do estádio pichado em um protesto. Na sequência, empatou com o Botafogo-SP, em Ribeirão Preto, e chegou ao quarto jogo seguido sem vencer.

    O momento de cobrança se contrapõe à felicidade de um clube que mês passado celebrava uma das melhores temporadas da história. As conquistas da Copa Libertadores, Campeonato Paulista e Copa do Brasil fizeram o Palmeiras conquistar a chamada tríplice coroa e desfrutar uma rara tranquilidade. Todo essa euforia desaparece agora, justamente às vésperas de uma partida importante.

    “Eu só quero que aqueles torcedores que escrevem o que quiserem, se lembrem um pouco do trajeto que esses jogadores e esse técnico fizeram. Temos de pensar todos muito bem, o presidente, os jogadores, o treinador, que somos um. Se somos um só quando ganhamos, então temos de repensar o nosso lema”, disse Abel Ferreira.

    Parte da insatisfação da torcida se deve à ausência de novidades no elenco para o torneio. O único reforço inscrito é o volante Danilo Barbosa, emprestado pelo Nice, da França. O clube tem uma negociação em andamento com o atacante argentino Castellano, do New York City, dos Estados Unidos. Porém, só será possível contar com o jogador na Libertadores para o mata-mata.

    Em todo esse cenário de pressão e cobrança, o Palmeiras enfrenta ainda um calendário bem apertado. De hoje até o fim do mês o clube vai disputar cinco jogos em dez dias, uma sequência que testa a capacidade do elenco de corrigir falhas mesmo se conseguir treinar.

    A expectativa para a partida em Lima aumenta sobre o Palmeiras porque o adversário peruano é teoricamente o rival mais fácil da fase de grupos. Sem grandes estrelas no elenco, o Universitario é coadjuvante em uma chave que tem além do atual campeão, os dois últimos vencedores da Copa Sul-Americana. O Independiente Del Valle, do Equador, e o Defensa Y Justicia, da Argentina, são adversários mais qualificados e experientes.

    Por isso, a vitória adquire importância para não ser necessário recuperar pontos em cenários mais difíceis, como na altitude de Quito ou na Argentina.

    A preparação do Palmeiras para o jogo no Peru não foi tranquila. Por causa da pandemia, autoridades peruanas chegaram a vetar a saída do time do hotel para treinar para evitar o risco de contágio com a covid-19. A mesma condição foi imposta ao São Paulo, que enfrentou o Sporting Cristal em Lima.

    No entanto, a equipe alviverde conseguiu uma liberação de última hora e conseguiu treinar fora do hotel. O trabalho final foi no CT da seleção peruana.

    A principal novidade para o jogo é na lateral esquerda. O uruguaio Matias Viña está suspenso pela expulsão na final da Recopa diante do Defensa Y Justicia, na semana passada. Após voltar de empréstimo ao Botafogo na temporada passada, Victor Luís vai ganhar a oportunidade de ser titular.

    “Qualquer um queria essa oportunidade. Disputar a Libertadores é algo inexplicável. Sabemos a obsessão de todos por esse campeonato. Por ser o atual campeão, será difícil manter esse retrospecto”, disse o lateral.

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