• Sob comando de Chinaina, ‘Caça Joia’ revela músicos de várias partes do Brasil

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  • 05/08/2022 18:42
    Por Eliana Silva de Souza / Estadão

    Dar visibilidade a músicos e bandas que estão distantes do eixo dos grandes eventos e mesmo das mídias e reconhecer o valor deles – é esse o foco do programa Caça Joia, que estreia a segunda temporada nesta sexta, 5, às 21h15, no Canal Futura, e pode também ser conferido na plataforma Globoplay.

    A atração, que é um projeto criado pelo pernambucano Chinaina e por Pamella Gachido, que assina a direção, estreou na emissora em 2021 e por ter sido bem-sucedida teve sua vida prolongada.

    Em entrevista ao Estadão, o apresentador Chinaina explica como surgiu esse projeto, que agradou ao público e à emissora a ponto de conquistar uma nova temporada. “Há tempos venho sentindo falta de a gente ter espaço para além do hype, do número de seguidores ou plays”, conta o músico. “Eu sempre curti pesquisar e conhecer novos artistas e em 2020, em casa, demos início ao projeto pela Pedra Onze, nossa produtora”, diz.

    Antenado

    Chinaina revela que, com o sucesso da primeira temporada, recebeu mais de 3 mil videoclipes pelas redes sociais, dos interessados em participar do Caça Joia. E é nesse ponto que surge o grande desafio para os envolvidos na seleção das atrações. “A partir daí começa a dor de cabeça boa, que é escolher apenas 13 artistas das diversas regiões do País para o programa”, revela o apresentador, que frisa pensar em uma curadoria com base no som e no que os músicos têm a dizer. “Pouco me importa a quantidade de seguidores ou plays”, avisa.

    “É um trabalho que faço com muito gosto, pois, além de definir quem vai ao Caça Joia, ainda conheço um monte de artistas maravilhosos que estão espalhados pelo Brasil, nos quais ficamos de olho para futuras temporadas e projetos.”

    Conteúdos relevantes

    Originalidade na música e potência no discurso são requisitos básicos para chamar atenção e ter chance de integrar a série. “Além de ter videoclipes para a gente exibir e contar a história dos artistas”, ressalta Chinaina. Ele destaca ainda que o que querem apresentar no Caça Joia são “novos sons, novas histórias, conteúdos relevantes e representatividade”.

    Mas a ideia do programa vai além das canções e dos intérpretes. “Nesta temporada, a partir da música desses artistas, acabamos abordando temas como educação, racismo, homofobia, pautas indígenas, transfobia”, acrescenta Chinaina. “A gente quer dar espaço a mensagens transformadoras através da música.”

    O pernambucano avalia que se trata de um programa que é uma “excelente janela para a turma que está chegando apresentar seu trabalho sem ficar refém dos números e dos algoritmos, que, muitas vezes, dificultam a entrada desses artistas no mercado musical”.

    Aqui, a entrevista completa com Chinaina, apresentador da série Caça Joia:

    Como surgiu o Caça Joia, foi um projeto seu mesmo ou veio da emissora?

    O projeto foi criado por mim e Pamella Gachido, que dirige o programa e faz a curadoria comigo. Há tempos venho sentido falta de a gente ter espaço para além do hype, do número de seguidores ou plays. Eu sempre curti pesquisar e conhecer novos artistas, e em 2020, em casa, iniciou o projeto pela Pedra Onze, nossa produtora. A ideia é amplificar voz a novos artistas que estão espalhados pelo Brasil, sem levar em consideração seus números: é a música e o discurso de cada um deles que nos interessa. O Canal Futura acreditou e abraçou o programa. Como resultado de coprodução, o Caça Joia teve uma ótima audiência na primeira temporada, que também pode ser acessada gratuitamente pelo Globoplay.

    Como vocês encontram essas novas caras da música, como chegam até vocês?

    Eu sempre fui muito curioso em descobrir novos sons, fuço bastante na internet, vou a shows de novas bandas e costumo pedir dicas pelas minhas redes sociais. Com o sucesso da primeira temporada, recebemos mais de 3 mil links de vídeo clipes pelas redes. A partir daí começa a dor de cabeça boa, que é escolher apenas 13 artistas das diversas regiões do país para o programa.

    Curadoria com base no som e no que eles têm a dizer. Pouco me importa a quantidade de seguidores ou plays. É um trabalho que faço com muito gosto, pois além de definir quem vai no Caça Joia, ainda conheço um monte de artistas maravilhosos que estão espalhados pelo Brasil, e que ficamos de olho para futuras temporadas e projetos.

    O que é preciso para que eles apareçam no programa?

    Originalidade na música e potência no discurso. Além de ter videoclipes pra gente exibir e contar a história dos artistas. Queremos novos sons, novas histórias, conteúdos relevantes e representatividade. Nessa temporada, a partir da música desses artistas acabamos abordamos temas como educação, racismo, homofobia, pautas indígenas, transfobia. A gente quer dar espaço para mensagens transformadoras através da música.

    Qual a importância de um programa assim para quem não consegue chegar a todos os cantos?

    É imensa. O programa apresenta os artistas em rede nacional no maior canal de educação do País. É uma excelente janela para a turma que tá chegando apresentar seu trabalho sem ficar refém dos números e dos algoritmos, que por muitas vezes, dificultam a entrada desses artistas no mercado musical. Um ponto importante é a criação de pontes entre esses novos artistas e gente estabelecida no mercado. A cada programa temos um convidado escolhido a dedo, para fazer uma pergunta. Pitty, Fafá de Belém, Rashid, Jup do Bairro e Patrícia Palumbo estão entre os convidados.

    O fato de você ser músico e transitar por várias cidades influenciou o formato do programa?

    Com certeza. Tem artistas incríveis espalhados por tudo o que é canto desse país, e eu presto muita atenção neles. É uma turma que está lutando todo dia por uma oportunidade de mostrar a sua música. Eu sou apenas o fio que faz a ponte entre eles e o público do Caça Joia.

    As redes sociais são importantes para conhecer esses novos talentos regionais?

    São imprescindíveis. Diferente de quando comecei minha carreira, de uns tempos pra cá ficou muito mais fácil descobrir novos talentos. Temos todo tipo de música a um clique de distância, basta está aberto para captar os sons que estão rolando por aí, e explorar para além do algoritmo.

    Depois de apresentar os grupos em seu programa, vc continua acompanhado o trabalho deles?

    Com certeza. Eu já sou fã dessa meninada antes mesmo deles irem ao programa, pois tô sempre acompanhando o que fazem. Depois do programa a minha admiração só aumenta.

    Alguma banda te tocou mais pela história ou pelo trabalho?

    Difícil escolher apenas um artista. Todos têm histórias muito significativas e músicas incríveis. Cada um do seu jeito, e para mim, todos têm a mesma importância. São 13 nomes escolhidos dentro de uma seleção imensa. Cada um deles está ali por um motivo muito importante, e quem assistir com certeza vai entender a mensagem que transborda para além da música.

    A nova temporada terá algo diferente da anterior? O formato será o mesmo?

    O formato segue o mesmo, o que mudou foi o cenário para a segunda temporada. Para Caça Joia esse formato virtual funciona muito. Assim podemos chegar a todos os cantinhos desse nosso país continental, tão grande quanto a nossa diversidade.

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