Sob aplausos emocionados, estudante Gabriel é sepultado no cemitério do Centro

Gabriel Vila Real da Rocha tinha 17 anos. Era estudante, campeão de jiu-jitsu. Era filho, irmão, amigo. Até o último minuto de vida, tentou se salvar e salvar quem estava por perto. Gabriel se tornou um dos maiores símbolos da tragédia do dia 15 de fevereiro em Petrópolis. Símbolo da luta pela vida que todo o país acompanhou e se chocou. Símbolo da busca de uma família pra encontrá-lo. Nesta quinta, o corpo dele foi sepultado ao som de aplausos.

As imagens de Gabriel, ao lado de aproximadamente 15 pessoas, rodaram o mundo. O jovem, em cima de um dos ônibus que foi levado pela correnteza na Rua Washington Luiz, tentava encontrar algum lugar para se salvar. No fim do vídeo, é possível ver Gabriel sendo levado pela água e desaparecendo.

Desde então, as buscas foram incessantes. Familiares, amigos e voluntários trabalharam pra encontrá-lo. Do Centro até a Posse, sem equipamentos adequados e com as chuvas que continuavam, todos vasculhavam o leito dos rios para encontrar uma pista do jovem e das outras vítimas que continuam desaparecidas.

Na segunda-feira, dia 21, um dos tênis que ele usava foi encontrado no Rio Quitandinha, não muito longe do lugar onde foi visto pela última vez, na Rua Washington Luiz, onde os ônibus desapareceram. No dia seguinte, o corpo de Gabriel foi encontrado, No mesmo dia, a família fez exame para coleta de material genético no Instituto Médico Legal, e, nesta quinta-feira, a morte do rapaz foi confirmada.

No fim da tarde, ele foi sepultado no Cemitério Municipal, ao som de aplausos de familiares e amigos, que não conseguiam conter a emoção.
“Era um menino cheio de sonhos, queria fazer muita coisa da vida. Sempre foi um menino bom, gostava de ficar em casa. Ajudou as pessoas que estavam naquele ônibus mesmo sem experiência. É assim que vamos lembrar dele. Agora ele pode descansar em paz”, disse uma prima de Gabriel que não quis se identificar.