• Só três diretórios do PSDB defendem prévias neste ano, incluindo o do Rio

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  • 13/05/2021 13:00
    Por Pedro Venceslau, Bruno Ribeiro e Tulio Kruse; colaborou Lauriberto Pompeu / Estadão

    Levantamento do Estadão nos 27 diretórios estaduais do PSDB mostra que só três deles – SP, RJ e GO – defendem realizar prévias para decidir o candidato do partido ao Palácio do Planalto ainda neste ano. A consulta antecipada interessa ao governador de São Paulo, João Doria, que tenta aval da sigla para entrar na corrida presidencial de 2022. Os dirigentes tucanos em outros nove Estados afirmam preferir que a escolha seja adiada para o ano que vem. Os demais não quiseram opinar ou não responderam.

    A maioria dos dirigentes também evitou declarar apoio a um dos nomes da disputa interna. Até o momento, quatro tucanos se apresentaram para concorrer: além de Doria, o senador Tasso Jereissati (CE), o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. O governador paulista é o preferido de quatro diretórios – AC, MS, RJ e SP. Tasso, Leite e Arthur, apenas nos seus próprios Estados.

    A princípio, a escolha do representante tucano na corrida presidencial está marcada para 17 de outubro, mas há pressão para alterar a data. A realização das prévias neste prazo atende a Doria porque lhe daria tempo para acionar o “plano B” caso não seja o preferido do partido à disputa. Como revelou o Estadão, ele não descarta a hipótese de tentar a reeleição em São Paulo.

    Em outro ponto que demonstra resistência de diretórios regionais ao plano de Doria, oito Estados defendem restringir a consulta interna a um colégio eleitoral. Para o governador paulista, o ideal é que todos os 1.379.564 filiados da sigla possam votar. A eleição ampla poderia beneficiá-lo, pois o diretório de São Paulo é maior do País, com 301 mil cadastrados.

    Definições

    A comissão instalada pela sigla para definir o modelo das prévias tem até o próximo dia 31 para apresentar uma proposta. O presidente do partido, Bruno Araújo (PE), recomenda que a escolha do presidenciável tucano ocorra em 17 de outubro, mas a palavra final será da comissão executiva do partido. “Seria melhor no começo do ano que vem. Ainda estamos em uma fase aguda da pandemia”, disse o deputado federal Paulo Abi-Ackel, presidente do diretório estadual de Minas.

    Segundo o ex-deputado Marcus Pestana (MG), que faz parte da comissão, uma das ideias em pauta é delimitar um colégio eleitoral de cerca de 150 mil pessoas com vínculo institucional “inequívoco” com o PSDB. Isso inclui dirigentes locais, secretários, vereadores, prefeitos, vices, deputados, senadores e governadores. “Mas a bancada federal apresentou a ideia de uma ponderação federativa que leve em consideração a população de cada Estado”, afirmou Pestana. Para ele, a proposta de realizar prévias com voto de todos os filiados esbarra no problema do cadastro do PSDB, que está desatualizado.

    “O PSDB tem condições de atualizar seu cadastro até outubro e fazer eleições diretas em outubro de 2021”, disse Marco Vinholi, presidente do PSDB paulista e aliado de Doria.

    A avaliação de integrantes da cúpula do PSDB é que, hoje, o governador paulista está em desvantagem na executiva e nas bancadas do partido na Câmara e no Senado, o que se reflete nos números do levantamento junto aos diretórios.

    Sem candidato

    Uma ala de deputados do PSDB tem defendido que o partido não tenha candidato próprio em 2022 e apoie outro no nome do “polo democrático” com bom potencial eleitoral. Liderado pelo deputado Aécio Neves (MG), esse grupo avalia que, assim, os recursos do Fundo Eleitoral poderiam privilegiar as campanhas a deputado estadual e federal, senador e governador.

    “Não é hora de o PSDB escolher um nome, qualquer que seja ele. É hora de o PSDB ter um desprendimento, trabalhar uma candidatura de centro que pode ser do PSDB e pode também não ser”, disse Aécio ao Estadão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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