• Sítio na Br-040 pode ter sido usado por seita que castrava meninos

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  • 28/04/2016 19:35

    A polícia civil de Petrópolis investiga se a seita que atuava efetuando a castração de meninos e jovens na região norte do país tinha uma sede também na cidade. O foco do trabalho dos agentes é um sítio localizado às margens da BR-040, onde morava Donato Brandão Costa, de 45 anos, preso na última terça-feira. Ele é condenado pela polícia do Maranhão por ser o líder do movimento religioso junto com dois médicos acusados de participação nas mutilações.

    O sítio foi visitado pela polícia pela primeira vez em 2015, depois de denúncias de um possível sequestro. No local foram encontrados altares, roupas e espaços que eram usados para cerimônias. Segundo o delegado titular da 105ª DP, Alexandre Ziehe, o local era bastante parecido com o formato utilizado para os rituais no Maranhão. A delegada que participou da prisão de Donato, Juliana Menescal, também da 105ªDP, comentou que a possível atuação na cidade ou crimes semelhantes serão investigados a partir de agora.

    Donato Brandão Costa foi condenado no Maranhão pela castração de jovens em “ritual de preparação espiritual” de uma doutrina criada por ele em 1996. Ao pesquisar sobre o nome do acusado na internet, é possível encontrar informações sobre um estudante petropolitano cursando psicanálise no Instituto de Educação Teológica de São Paulo. A universidade é à distância. O problema é que a foto que leva o nome Donato Brandão Costa é de um dos seguidores mortos durante o ritual de castração em 1999. O nome da vítima é José Ribamar Souza Cidreira.

    Outro fato relevante informado por colegas de classe da Universidade Estácio de Sá, onde Brandão estuda Direito, e onde ele foi preso, é que ele dizia ser dono ou ter participação ativa dentro de uma escola localizada na Rua Barão de Águas Claras, em Petrópolis. A informação não foi confirmada pelas autoridades policiais.

    As atividades da seita são investigadas desde a década de 90, no Maranhão. Numa das sedes, a polícia registra ter encontrado comprimidos de ecstasy, conhecida como droga do amor, falsos atestados de óbito, acessórios eróticos e medicamentos. Quando o escândalo foi revelado pela imprensa, um ex-seguidor da seita afirmou que Brandão “era outro salvador e mais poderoso que Jesus Cristo, que já tinha vindo e voltado. Ele é maior porque é o novo e ainda está aqui. Jesus já se foi”. Segundo depoimentos da época, Brandão dizia que o mundo não estava preparado para recebê-lo e por isso seus seguidores deveriam preparar o caminho para ele. 

    Um dos acusados de castrar meninos concedeu entrevista logo após o crime e afirmou que até ele ficou chocado com a ordem de mutilar os seguidores da seita. Já uma das vítimas lembrou que foi cortado com uma faca de serra e que a sua castração demorou mais tempo que a das outras duas vítimas. Entre as práticas que eram exigidas aos seguidores por “Pai Donato” estavam rituais de purificação como jejuns durante mais de sete dias, espancamentos e violência sexual praticada contra os jovens e a extirpação dos órgãos genitais dos integrantes da Seita Mundial. Na época, três vítimas de Donato foram identificadas como José Ribamar Sousa Cidreira, Rejano de Jesus Moraes e Israel Raphael de Jesus Brandão Costa. Esse crime levou a sua condenação pela Justiça.


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