• Sistema de transporte registra caos na saída do Rock in Rio

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  • 04/09/2022 15:43
    Por Marcio Dolzan / Estadão

    Principal meio de deslocamento para a Cidade do Rock, o sistema de ônibus articulado batizado de Rock Express funcionou bem na ida, mas foi caótico ao final do segundo dia de Rock in Rio, neste sábado, 3. Uma multidão se aglomerou e ficou debaixo de chuva em uma espera que superou duas horas para o embarque.

    O trajeto a pé entre a entrada do Parque Olímpico e a plataforma de embarque do serviço de ônibus costuma ser feito em cerca de 15 minutos, mas por volta de 1h30 da manhã deste domingo (4) o percurso ultrapassou uma hora, tamanha a quantidade de gente. Naquele momento, chovia e ventava na zona oeste do Rio, e a quantidade de ônibus era muito inferior à demanda.

    Quando finalmente o público conseguia chegar à plataforma de embarque, a espera para entrar nos ônibus invariavelmente ultrapassava uma hora. Uma multidão tomou o espaço, e os orientadores contratados para indicar os locais de embarque pareciam não saber o que fazer.

    Além disso, a saída e a chegada dos articulados não acontecia na mesma velocidade registrada na ida. Em alguns momentos, simplesmente não havia ônibus partindo. Alguns estavam estacionados, mas fora de operação.

    O Rock Express utiliza o sistema de BRT do Rio, um serviço de ônibus articulados que transitam em corredores exclusivos por bairros da zona oeste da cidade. O modal começou a operar há dez anos e passou boa parte do tempo sob concessão, mas foi assumido provisoriamente pela Prefeitura no ano passado após sucessivas falhas no serviço, o que incluía falta de ônibus.

    Na terça-feira passada, em coletiva de imprensa realizada na Cidade do Rock, o prefeito Eduardo Paes (PSD) ressaltou a importância do sistema para o público chegar ao Rock in Rio, mas alertou para o risco de falta de ônibus.

    “Nós vivemos um problema no transporte da cidade. O sistema que sempre foi utilizado para acessar o Rock in Rio (BRT) passa por uma crise; nós estamos comprando mais ônibus, mas ônibus não têm em prateleira, demora a chegar”, comentou. Ele lembrou ainda que o Rock Express é uma iniciativa do próprio Rock in Rio, que contratou o serviço junto à Prefeitura. Para o evento, a modalidade custa R$ 22 ida e volta, enquanto que o BRT tradicional custa R$ 4,05 por passagem.

    Neste domingo, a organização do Rock in Rio culpou a chuva pelos problemas registrados na madrugada. “Sobre a lentidão do público na saída do parque após o último show do Palco Mundo, a organização do evento esclarece que, em função da chuva, a pressão do público para sair foi o dobro do habitual. Somado a isso, estavam os semáforos avariados e acidentes de trânsito”, informou a assessoria, em nota. “Apesar disso, todo o serviço foi regularizado em uma hora e meia.”

    A Secretaria Municipal de Transportes do Rio (SMTR), por sua vez, declarou que “está monitorando o serviço de ônibus Rock Express, contratado pela organização do evento, e cobrando mais agilidade na saída dos shows, para reduzir os intervalos, além de aumentar o número de funcionários das equipes de apoio”. A pasta sustentou ainda que “está de prontidão em todos os locais de embarque e desembarque para auxiliar na operação”, e alegou que a saída “concentra número maior de pessoas num curto espaço de tempo”.

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