• Sindicalistas petropolitanos não aceitam a reforma trabalhista

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  • 13/08/2016 09:50

    A proposta do Governo Federal de reformar a legislação trabalhista, que está sendo discutida no Planalto, não está sendo bem-vista pelas centrais sindicais do país. A notícia de que o governo poderá mexer nos direitos dos trabalhadores como férias e 13º salário, tornando os benefícios negociáveis com os empregadores, gerou repercussão negativa em todos os ramos da indústria, do comércio e da prestação de serviços. A proposta do governo prevê uma maior flexibilidade nos direitos assegurados aos trabalhadores no artigo 7º da Constituição Federal – que abrange um conjunto de 34 itens.

    A Central Única dos Trabalhadores (CUT) definiu nas redes sociais a reforma como a “perda de um século de direitos conquistados”. Em Petrópolis, a situação não é diferente. Os sindicatos reprovam totalmente qualquer mudança que possa ser uma ameaça aos direitos dos trabalhadores, conquistados com dificuldades. “Os projetos querem escravizar o cidadão trabalhador brasileiro. Os salários já estão mais baixos. Tão baixos que os trabalhadores não querem mais ficar dentro de uma indústria sentindo cheiro forte de tinta, ouvindo barulho dos motores e num local abafado o dia todo para ganhar uma miséria. Podemos perceber que a maior parte dos trabalhadores das indústrias têxteis estão numa faixa etária de 15 a 20 anos. Os mais velhos não querem mais ficar dentro de uma fábrica nessa situação. Isso tudo do jeito que o país está. Agora, imagina se o governo mexer na legislação e acabar de vez com os direitos dos trabalhadores? Aí será um caos”, afirmou Vanilton Reis, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Têxtil de Petrópolis.

    “Hoje, por exemplo, estamos numa convenção coletiva numa data base onde vamos forçar a barra, queremos o reajuste necessário para os trabalhadores. Não queremos parar, fazer greve, nada disso. Queremos os direitos dos trabalhadores. Esses estão cada vez mais explorados, enquanto o Brasil segue o modelo de outros países, que apesar de serem uma potência escravizam seus trabalhadores das classes mais baixas”, concluiu o presidente.

    Para os trabalhadores, a mudança será um atraso incalculável. “Aqui no Brasil é assim: a gente demora séculos para conseguir evoluir, para conseguir melhoria num direito ou num benefício. No entanto, quando é alguma coisa para te tirar o direito, isso acontece da noite para o dia. Foi assim com a ditadura e está sendo assim agora novamente. Eu acho algo muito difícil de acreditar, saber que o governo está tentando mexer num direito conquistado pelo cidadão. Em vez de piorar, deveriam melhorar a situação. Aumentar as férias e dar mais direitos aos trabalhadores, já que o salário não sobe”, desabafou Priscilla Oliveira, de 24 anos, que trabalha numa loja de roupas. 

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