• Setor industrial mostrou perda de dinamismo, mas recuo foi mais brando que em janeiro, diz IBGE

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  • 03/abr 15:05
    Por Daniela Amorim / Estadão

    A produção industrial mostrou perda de dinamismo neste início de 2024, mas o recuo de fevereiro foi mais brando do que o verificado em janeiro, além de ter permanecido pouco disseminado entre as atividades investigadas. A avaliação é de André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Na passagem de dezembro de 2023 para janeiro de 2024, a produção encolheu 1,5%, após um período de cinco meses sem resultados negativos. Em janeiro, 18 dos 25 ramos industriais pesquisados tiveram expansão na produção. Em fevereiro ante janeiro, a indústria encolheu 0,3%, com 13 atividades em crescimento, 10 com recuo e outras duas com variação nula, apontou o pesquisador do IBGE.

    “Tanto no resultado do mês anterior, de janeiro, quanto no mês de fevereiro, você tem disseminação maior de atividades no campo positivo”, frisou Macedo. “Tem diminuição do ritmo de produção, mas com característica de perda mais concentrada em menos atividades”, acrescentou.

    O pesquisador frisou que as duas quedas consecutivas “trazem sinal de alerta para o setor industrial”. “Claro que liga o sinal de alerta”, afirmou.

    Ele acrescenta que o início do ciclo de afrouxamento monetário, com queda na taxa de juros, e a melhora no mercado de trabalho, com redução na desocupação e avanço na população trabalhando, rebatem positivamente em alguns setores, como o de veículos automotores, por exemplo.

    Entre as atividades que apontaram avanço na produção em fevereiro ante janeiro, os principais impactos positivos sobre a média global da indústria partiram de veículos automotores (6,5%) e celulose e papel (5,8%). Ambas as atividades completaram o terceiro mês seguido com crescimento na produção, acumulando uma expansão no período de 14,2% e 7,8%, respectivamente. Há algum grau de melhora no mercado doméstico, mas ainda em magnitude insuficiente para manter o setor industrial numa trajetória ascendente, avaliou Macedo.

    “Apesar de flexibilização monetária, a taxa de juros ainda permanece em patamar elevado. O mercado de trabalho tem queda na taxa de desocupação, mas ainda tem um número importante de pessoas fora dele”, citou ele. “Há algum grau de melhora, mas ainda não foi suficiente para trazer o setor industrial para um campo plenamente positivo”, concluiu.

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