• Setor externo tem déficit de US$ 1,699 bi em setembro, revela BC

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  • 22/10/2021 10:20
    Por Eduardo Rodrigues e Thaís Barcellos / Estadão

    O resultado das transações correntes ficou negativo em setembro deste ano, em US$ 1,699 bilhão, informou nesta sexta-feira, 22, o Banco Central. Este é pior desempenho para meses de setembro desde 2019, quando o saldo foi negativo em US$ 3,736 bilhões. No nono mês de 2020, o rombo foi de US$ 346 milhões.

    O número de setembro ficou dentro das expectativas do mercado financeiro, conforme levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 2,526 bilhões a superávit de US$ 2,100 bilhões (mediana negativa em US$ 1,600 bilhão). O BC projetava para o mês passado déficit de US$ 1,9 bilhão na conta corrente.

    Pela metodologia do Banco Central, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 2,461 bilhões em setembro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 1,357 bilhão. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 3,073 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 1,751 bilhão.

    Acumulado

    No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o rombo nas contas externas soma US$ 8,082 bilhões. A estimativa atual do BC é de déficit na conta corrente de US$ 21 bilhões em 2021. A projeção foi atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do mês passado.

    Nos 12 meses até setembro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 20,702 bilhões, o que representa 1,30% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse é o maior déficit em proporção do PIB desde abril deste ano, quando ficou em 1,45%.

    Lucros e dividendos

    A rubrica de lucros e dividendos do balanço de pagamentos apresentou saldo negativo de US$ 1,961 bilhão em setembro, informou o Banco Central. A saída líquida é ligeiramente superior aos US$ 1,915 bilhão que deixaram no Brasil em igual mês do ano passado, já descontadas as entradas.

    No acumulado dos nove primeiros meses do ano, houve saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos, de US$ 16,453 bilhões. A expectativa do BC é de que a remessa de lucros e dividendos de 2021 some US$ 27 bilhões. A projeção foi atualizada no RTI do mês passado.

    O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,128 bilhão em setembro, ante US$ 1,266 bilhão em igual mês do ano passado. No acumulado do ano até setembro, essas despesas alcançaram US$ 16,759 bilhões.

    Viagens internacionais

    A conta de viagens internacionais registrou déficit de US$ 237 milhões em setembro, informou o Banco Central. O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil no período. Em setembro de 2020, o déficit nessa conta foi de US$ 138 milhões.

    Na prática, com o dólar mais elevado e a restrição de voos em vários países, os gastos líquidos dos brasileiros no exterior despencaram desde o ano passado. A pandemia de covid-19 ganhou corpo a partir de março de 2020, quando se intensificaram as restrições de deslocamento entre países.

    O desempenho da conta de viagens internacionais no mês passado foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 474 milhões. Já o gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil ficou em US$ 236 milhões no mês passado.

    No acumulado do ano até setembro, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 1,326 bilhão. No mesmo período do ano passado, o déficit nessa conta foi de US$ 2,029 bilhões.

    Dívida externa

    A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em setembro é de US$ 320,305 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2020 terminou com uma dívida de US$ 310,807 bilhões.

    A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 253,499 bilhões em setembro, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 66,807 bilhões no fim do mês passado.

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