• Servidores recebem carta de cobrança da Caixa após Prefeitura descontar, mas não repassar consignado ao banco

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 06/06/2020 09:03

    A dívida é da Prefeitura, mas quem tem recebido cartas de cobrança da Caixa Econômica Federal (CEF) são os servidores municipais que têm empréstimos consignados no banco. Os trabalhadores já tiveram descontados dos contracheques os valores dos empréstimos, no entanto o governo municipal não fez os repasses para a CEF. Ao todo, o município deve à Caixa R$ 2,4 milhões das folhas da administração direta, da Comdep, da CPTrans, do Inpas e da Secretaria de Saúde.

    A dívida da administração direta é referente aos meses de abril e maio. Já a da Secretaria de Saúde vem desde fevereiro e já soma R$ 900 mil. Nos outros setores a dívida é menor, apenas do mês de maio. “Meu marido recebeu uma carta da Caixa na semana passada e agora vai ficar com o nome no SPC por um dinheiro que já foi descontado dele”, criticou Maria Cristina Ávilla, de 51 anos, que também é servidora.

    Além de estarem sendo cobrados por valores descontados de suas folhas de pagamento, muitos servidores também estão com dificuldades para conseguir novos empréstimos. Maria Cristina conta que em maio tentou um novo contrato na Caixa Econômica, mas, devido à dívida da Prefeitura, não conseguiu o dinheiro. “O momento está difícil para todo mundo e, sem os extras não estamos conseguindo pagar as contas”,  disse ela, que tem descontado mensalmente do seu salário R$ 300.

    Os servidores lembram que o governo do Estado do Rio sancionou uma lei autorizando o adiamento das parcelas dos consignados por até 120 dias e pedem que o mesmo seja adotado em Petrópolis. “Estamos solicitando que o nosso prefeito cumpra a lei, mas não estamos obtendo resposta. Além do mais, estamos impossibilitados de negociar com o banco, pois, apesar de as parcelas terem sido descontadas, não foram repassadas ao banco”, disse outra servidora, que preferiu não se identificar.

    No mês passado, a Tribuna denunciou as dificuldades enfrentadas pelos servidores para conseguir novos empréstimos na CEF e também a revolta com as cartas de cobrança e a possibilidade de ter o nome incluído no Sistema de Proteção ao Crédito (SPC). Na época, a Prefeitura foi questionada sobre a dívida e quando os pagamentos a CEF seriam feitos, mas os questionamentos não foram respondidos.

    A Tribuna voltou, agora, a cobrar um posicionamento do governo municipal. Desta vez, a Prefeitura admitiu a irregularidade. Em nota, informou que “mesmo com a queda de 40% na arrecadação, devido a crise provocada pelo coronavírus, mantém a folha de pagamento e todos os serviços essenciais em dia. O consignado dos sindicatos menores está normalizado”. Sobre o consignado da Comdep, garantiu que o mesmo foi debitado hoje, ou seja, está pago. “O pagamento pode ser realizado até o quinto dia útil de cada mês”, justificou. Finalizou garantindo que “aguarda a entrada de novos recursos provenientes da União para equacionar a situação”.

     

    Últimas