Servidores da educação pedem apoio aos vereadores no segundo dia de greve
A volta dos trabalhos na Câmara Municipal de Vereadores foi bem conturbada. A tarde desta quarta-feira (1°) foi marcada pela presença significativa dos servidores da educação em frente à casa legislativa. Pedindo apoio aos vereadores, a categoria, em seu segundo dia de greve, ocupou parte da Praça da Visconde de Mauá as 14 h e, posteriormente, os corredores, escadaria e plenário da Câmara. Cerca de 750 pessoas estiveram no local. Os profissionais acompanharam a primeira sessão da casa, após promessa dos vereadores Leandro Azevedo e Gilda Beatriz de incluir em pauta uma indicação legislativa sobre o cumprimento do Plano de Cargos e Carreiras (PCCS) e a carga horária reduzida dos servidores. Porém, a indicação não foi aprovada. Só três vereadores votaram a favor da indicação enquanto cinco votos eram necessários.
A classe cobra o reajuste salarial, cumprimento do Plano de Cargos e Carreiras e Salários (PCCS) e a redução da carga horária dos profissionais. A diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), Rose Silveira, afirma que 80% dos profissionais aderiram ao movimento nesse segundo dia e que a adesão pode ser maior nos próximos dias. A sindicalista também destaca que a presença dos vereadores na luta dos servidores é de extrema importância e que repudia a falta de apoio da maioria dos vereadores.
“Nossa pauta continua a mesma. Decidimos vir para Câmara nesse segundo dia de greve para cobrar os vereadores o apoio que os servidores precisam. Queremos que nossos vereadores se posicionem e que as comissões de educação, comissão dos servidores e a comissão do cumpra-se se façam presentes e cobrem o executivo. Infelizmente, presenciamos mais um ato de covardia por parte dos nossos representantes. Estão na mão do executivo. O legislativo deveria ter autonomia, não trabalhar para o governo municipal, sim para os eleitores que lhe confiaram os votos.” destaca Rose Silveira.
Durante a manifestação, somente os vereadores Leandro Azevedo e Gilda Beatriz estiveram com os manifestantes em frente a Câmara. “Estamos acompanhando os servidores durante todo o mandato. Já tentei instalar uma CPI para investigar e estudar um possível reajuste, mas os vereadores não aprovaram, somente eu e Gilda Beatriz. Continuamos em busca de soluções e colocando o gabinete à disposição dos servidores.” conta o vereador Leandro Azevedo
A presidente da Comissão de Educação, a vereadora Gilda Beatriz, disse que a comissão tem trabalhado para garantir os direitos da categoria. Segundo ela, a greve é resultado da falta de diálogo.
“Tudo isso só reafirma que falta conversa, acordos e diálogo. A situação não precisava chegar a esse ponto. O que os servidores estão cobrando é direito. São anos sem reajuste. A educação e seus profissionais são nossa base. Vamos conversar com os outros vereadores e estudar uma solução para a situação.” afirma a vereadora
Gilda Beatriz também garantiu aos servidores que faria a indicação legislativa, na sessão que abriu os trabalhos da Câmara após o recesso, mas somente três vereadores votaram a favor da indicação, os vereadores: Antônio Brito, Leandro Azevedo e a então presidente da comissão de educação, a vereadora Gilda Beatriz. A indicação solicitava o cumprimento do Plano de Cargos e Carreiras (PCCS) e a carga horária reduzida dos servidores. Eram necessários cinco votos para aprovar a indicação. Os vereadores, Jorge Relojão, Meireles, Márcio Arruda, Wanderley Taboada, Maurinho Branco, Ronaldão, Justino Raio-X e o presidente da Câmara, Roni Medeiros, votaram contra a indicação. Luizinho Sorriso e Marcelo Pro Deficiente não compareceram à sessão. A Presidência da Câmara não se posicionou sobre a greve e a manifestação ocorrida no local.
A prefeitura disse, por meio de sua assessoria, que “o atual governo segue com a política de austeridade e controle rigoroso de gastos, por conta da crise econômica nacional – agravada em Petrópolis pelo montante de dívidas acumuladas por antigos gestores, que alcança R$ 766 milhões, dos quais R$ 81 milhões pagos por esta gestão.” A nota segue dizendo que dívidas trabalhistas somam R$ 119 milhões e que R$ 68 milhões foram pagos, entre salários atrasados, consignados e PIS e Pasep.
O executivo disse, ainda, que os esforços estão concentrados em garantir em dia o pagamento do funcionalismo público e folha de pagamento e que vem mantendo aberto o canal de comunicação com os sindicatos que representam os servidores, aposentados e pensionistas.
Trânsito parado
Após a não aprovação da indicação legislativa, cerca de 500 servidores se encaminharam para a Rua Da imperatriz, por volta das 17h, ocupando os dois lados da via, em frente ao Museu Imperial. A ocupação gerou transtorno no trânsito da cidade, visto que a rua é uma das principais do Centro Histórico.
A prefeitura disse que os agentes da CPTrans foram distribuídos em pontos estratégicos, onde o trânsito é mais intenso, para orientar motoristas. As ruas foram liberadas de maneira ordeira e aos poucos.
Nessa quinta-feira (2), os servidores estarão reunidos na Praça Dom Pedro, às 10h.
Funcionamento das aulas
Segundo o Departamento de Inspeção Escolar da Secretaria de Educação, das 184 unidades escolares da rede municipal, escolas e centros de Educação Infantil, 60 funcionaram normalmente nesta quarta-feira, 84 unidades funcionam parcialmente e 38 não funcionam.
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