• Serviços serão afetados por condições desfavoráveis em 2022, prevê FGV

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  • 28/10/2021 16:56
    Por Daniela Amorim / Estadão

    O avanço da imunização e a demanda ainda reprimida decorrente do longo período de isolamento social permanecem impulsionando o setor de serviços neste fim de 2021. No entanto, o segmento será afetado em 2022 pelas condições macroeconômicas desfavoráveis, como já ocorre com o comércio, avaliou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

    O Índice de Confiança de Serviços (ICS) avançou 1,8 ponto na passagem de setembro para outubro, na série com ajuste sazonal, para 99,1 pontos. O resultado recupera grande parte da queda de 2,0 pontos registrada no mês anterior.

    “Não houve reversão da tendência de recuperação. Os serviços continuam avançando, puxados pelos serviços prestados às famílias, segmentos que vinham impedidos de funcionar regularmente. Com a vacinação, a volta da normalidade, os serviços vão continuar impulsionando a economia no curto prazo. No médio e longo prazo, aí sim esse setor vai sentir essas questões desfavoráveis macroeconômicas”, afirmou Tobler.

    O cenário desfavorável inclui a inflação elevada, elevação na taxa de juros e encarecimento do crédito, mercado de trabalho ainda deteriorado, confiança do consumidor em patamar baixo, além de eleições em 2022.

    “O ano de 2022 será desafiador para a economia como um todo”, ressaltou o economista da FGV.

    O Índice de Situação Atual (ISA-S) do setor de serviços subiu 2,3 pontos em outubro ante setembro, para 94,6 pontos. O Índice de Expectativas (IE-S) cresceu 1,3 ponto, para 103,6 pontos, mantendo-se na região de otimismo (acima dos 100 pontos) pelo quarto mês consecutivo.

    Já o Índice de Confiança do Comércio (Icom) subiu 0,1 ponto na passagem de setembro para outubro, para 94,2 pontos. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) caiu 3,8 pontos, para 95,3 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) subiu 3,9 pontos, para 93,3 pontos.

    “A desaceleração do setor de comércio ainda persiste. Essa estabilidade ocorreu porque as expectativas subiram, mas a avaliação do momento atual caiu. Os empresários apontam nível de vendas mais baixo pelo terceiro mês consecutivo. A inflação atrapalha o setor”, contou Tobler. “O comércio já mostra um sinal amarelo”, concluiu.

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