• Ser secretário de saúde

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  • 09/06/2020 00:01

    Exerci cargos públicos no Município de Petrópolis: fui vereador, secretário de Administração, presidente da COMDEP, presidente da CPT (hoje CPTrans), coordenador do Orçamento Participativo, presidente do INPAS. Liderei a organização de um partido político (PHS) e assisti a sua destruição por piratas do oligopólio partidário em meio complacente. Sobretudo, orgulho-me de ser um militante da gestão participativa na nossa Petrópolis há coisa de 45 anos. Sou, hoje, um pré-nonagenário, pingente no bonde Brasil, ainda capaz de enxergar o cenário à minha volta e dizer o que vejo.

    Ao ensejo destes doidos tempos de pandemia do COVID-19 e dos conseqüentes atos de total dedicação dos profissionais da Saúde, eu gostaria de prestar uma homenagem aos Secretários de Saúde do Município, ocupantes do mais ingrato posto de todo o Plano de Cargos e seus arremedos. O meu reconhecimento e meu aplauso serão forçosamente incompletos, pois não tenho memória nem espaço para elencar todos aqueles que aceitaram o desafio em arroubo fraterno, para deixá-lo, tempos mais tardes, abalados e magoados. Sei que, com o passar do tempo, virá à tona o orgulho pelo dever livremente acolhido e cumprido com galhardia; as cicatrizes permanecerão.

    O mundo público oferece nichos de conforto remunerados de fazer inveja, a começar pelos mandatos de vereador ricamente remunerados, cercados de facilidades regimentais (e outras) e sem maiores responsabilidades. Pode até o edil resolver servir o povo; mas, vamos e convenhamos, é raro adoidado (o que justifica que tire o meu chapéu às exceções). E, também, há no serviço público toda uma gama de funções muito exigentes em responsabilidades e conhecimentos, coragem política e espírito de sacrifício. E há o cargo do (da) Secretário (a) de Saúde, o inferno na Terra. Pois há que assumir imensas tarefas tanto na área específica da Saúde como na administração de Fundo, ou seja responder por uma gama de ações enorme que implicam na presença constante da Justiça, da Defensoria Pública, do MP, do TCE e ponham et coetera nisso. Eu testemunhei um  Secretário de Saúde voltar com lágrimas nos olhos – culpado por todas as falhas do sistema público – após uma audiência. O orçamento é limitado, os meios são insuficientes, mas há que atender todas as necessidades e observar as prioridades médicas e exigências outras. Com que roupa? Eu gostaria que todos os prévios ocupantes da cadeira que dá choques (Cida, Silmar, Marcus, André, todos mais), se considerassem objeto do preito que presto aqui à Fabíola Heck, atual titular da pasta.  Enfermeira (UCP 85), especializada e pós-graduada no Carlos Chagas, Uni-Ribeirão Preto, Fiocruz, atuando na PMP desde 1986 (35 anos), desde 21.09.18 (627 dias) à testa da Secretaria, frente à muito trabalho, demandas de impossível atendimento, incompreensão à larga, cobranças por jamantas, e aqui e lá, um sincero “Obrigado”.

    Pois aqui, com o apoio e respeito do Movimento Comunitário, e extensivo a todos os seus Colegas, segue o “Muito obrigado à Secretária Fabíola Heck e seus antecessores na Secretaria de Saúde de Petrópolis”.

    O seu imenso sacrifício pessoal é percebido, ecoa na alma do povo.

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