• Sepe e Secretaria de Educação divergem sobre número de escolas em funcionamento

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 14/08/2018 19:26

    Os esforços da Prefeitura para reabrir todas as escolas e creches que tiveram o funcionamento afetado pela greve dos servidores da Educação, deflagrada no dia 31 de julho, parecem não estar surtindo o efeito esperado pelo governo. Apesar da preocupação com os salários, já que o município anunciou o corte de ponto dos grevistas e a contratação de profissionais temporários, muitos profissionais mantêm a paralisação, na esperança de que uma negociação garanta melhorias para a categoria, que está com os salários e benefícios previstos no Plano de Cargos, Carreiras e Salários congelados. 

    Em meio ao movimento, o número de unidades em funcionamento ainda é dúvida, já que o Sindicato Estadual de Profissionais da Educação e a Prefeitura divergem: o governo cita 75 com rotina normalizada, mas o Sepe diz que muitas destas estão apenas com as equipes gestoras, sem professores e profissionais de apoio. 

    Nesta terça-feira, cerca de 1.500 profissionais fizeram uma nova manifestação nas ruas do Centro Histórico. Sem acordo, a previsão é que na próxima sexta feira, dia 17, a categoria se reúna com representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) em uma assembleia, para decidir o rumo da greve. A assembleia será realizada em frente à Catedral São Pedro de Alcântara, às 10h. 

    Os manifestantes se concentraram por volta das 14h na Praça Dom Pedro e, de lá, seguiram pela Rua do Imperador e Rua Dr. Nelson de Sá Earp, até o Conselho Municipal de Educação (Comed). “Fomos até o Comed pedir que interceda pela categoria. Os conselheiros enviarão um ofício à Prefeitura pedindo que seja feita com urgência uma reunião de negociação com os servidores”, disse a diretora do sindicato, Rose da Silveira. Segundo o sindicato, também houve manifestações nos distritos da Posse e Pedro do Rio.

    Saiba o que dizem a Prefeitura e o Sepe

    De acordo com a Prefeitura, 75, das 184 unidades de ensino da rede, funcionaram normalmente nesta terça-feira. Vinte e sete continuavam fechadas. Quatorze Centros de Educação Infantil, ainda segundo o governo, liberaram os alunos mais cedo. As demais, de acordo com a Secretaria de Educação, funcionaram parcialmente. A Secretaria acrescentou que 1,2 mil professores e pessoal de apoio compareceram a seus postos de trabalho. Entre as unidades que funcionaram normalmente, de acordo com a Prefeitura, estão Terra Santa, Liceu de Itaipava, Escola Santo Antônio Padre Quinha e Creche da Mãe Comerciária. 

    O Sepe, por sua vez, diz que o número de servidores a que a Prefeitura se refere são cerca de 180 diretores, 270 adjuntos, 180 orientadores e cerca de 420 contratados. Eles compareceram ao trabalho e, de acordo com o sindicato, representam os 30% de profissionais que mantêm o funcionamento das unidades, como prevê o movimento grevista. “Manter as escolas abertas não significa oferecer as aulas. Há escolas que estão abertas desde o início da greve apenas com a equipe gestora. O que estamos vendo é uma adesão cada vez maior. Nesta semana, mais duas escolas aderiram à greve: a Escola Municipal Lucia Almeida Braga, no Carangola, e a Escola Municipal Antônio Leite Garcia, no Loteamento Samambaia”, disse Rose da Silveira.

    A Prefeitura informou que os dias paralisados serão descontados já no pagamento do dia 31 de agosto. O governo alega que o corte  tem amparo legal no Supremo Tribunal Federal, que proferiu decisão neste sentido em 2017. Para o Sindicato, o anúncio do corte de ponto é uma forma de pressionar a categoria pelo fim da greve. “Essa é uma ameaça vazia. Nós queremos a negociação o quanto antes”, destacou Rose. 

    Últimas