• Senado vai discutir impacto do X no processo democrático do Brasil em audiência pública

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  • 11/abr 08:20
    Por Rafaela Ferreira / Estadão

    A Comissão de Defesa da Democracia do Senado vai debater a atuação e os impactos da plataforma X (antigo Twitter) no processo democrático do Brasil em uma audiência pública. Nesta quarta-feira, 10, o colegiado aprovou o requerimento para a sessão. A data para a realização da discussão ainda será definida.

    As críticas do empresário e dono do X, Elon Musk, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes motivou o pedido da senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Na justificativa do requerimento, a parlamentar classificou como “muito grave” as críticas do bilionário ao magistrado.

    Nos últimos dias, Musk tem criticado decisões do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de ameaçar descumprir a determinação de Moraes de bloqueio a perfis na plataforma. No X, Elon Musk afirmou que o ministro deveria “renunciar ou sofrer um impeachment”, além de se referir a Moraes como “ditador do Brasil” que possui “Lula na coleira”.

    A senadora ainda disse que nenhuma empresa e nenhum empresário, sobretudo quando instalados em um país estrangeiro, pode se contrapor frontalmente ao Estado democrático.

    “Entendendo como muito graves as declarações recentes do empresário Elon Musk, sul-africano radicado nos Estados Unidos, dono majoritário do antigo Twitter (hoje conhecido pela marca X), sugerimos à CDD a realização de uma audiência pública para esclarecer as agressões às autoridades brasileiras constituídas, com a participação de responsáveis pela empresa, especialistas e autoridades”, afirmou a Eliziane.

    A autora do requerimento também questiona qual seria o papel desempenhado pelas grandes empresas de tecnologia, as big techs, e pelas redes sociais no processo democrático. Segundo a parlamentar, há um “impacto nefasto das chamadas fake news e dos algoritmos, que conformam bolhas de percepção manipulada da realidade e destituídas de qualquer espírito crítico”.

    Para a senadora, essas novas tecnologias permitem que as máquinas desempenhem atividades e funções humanas em uma escala gigantesca e, muitas vezes, incontrolável. “A democracia e as nações não podem naufragar diante dessa avalanche tecnológica. A tecnologia deve obedecer a imperativos humanos, não o contrário”.

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