
Sempre amigos
No decorrer dos meses, sempre que possível, participamos de um evento com amigos aproveitando para desfrutarmos de um jantar extremamente agradável.
A escolha do restaurante a cargo de uma das senhoras e as datas dos encontros sempre sob sua responsabilidade, figura querida com perfil de liderança e por todos muito apreciada.
No último fim de semana, ainda que sob os batuques carnavalescos, ocorreu mais um desses eventos, quatro casais cada qual com seus traços de personalidade, além de pontos de vista diversificados, em especial quando o assunto envolvia o futebol e a política.
De início, os cumprimentos de praxe, beijos e abraços entre os convivas.
Eis que aproxima-se o garçom, sempre gentil, oferecendo as iguarias de entrada e um apreciado vinho.
Servido o jantar, no seu decorrer apenas alguns comentários, afinal de contas a refeição a prevalecer sobre quaisquer considerações que viessem à tona.
Após, a sobremesa caprichada e o cafezinho sempre apreciado, quando decidimos voltar a recordar a nossa querida cidade de Petrópolis relembrando comércios que não mais existem tais como, A Musical, a Alfaiataria De Carolis, a Casa Ribeiro, a Casas Sloper, o Restaurante Copacabana, a Casa Xavier e tantos outros que, infelizmente, encerraram suas atividades.
Ainda durante o encontro, iniciou-se uma conversação a propósito da atual situação política e econômica do país e também sobre a figura do recém eleito presidente dos Estados Unidos, propiciando que um dos presentes logo afirmasse: “não vamos dar início a este assunto, vez que não estou mais disposto a ouvir e discutir esse tema, até porque prezo muito os amigos e não desejo influenciá-los no que diz respeito aos meus pontos de vista, até porque todos já os conhecem e muito bem”.
Alguns se calaram entre olhares espantados, outros risonhos e apolíticos passaram a tratar rapidamente de um tema sempre prevalente, o futebol, em especial o nome dos craques que atuaram no passado, sendo muito lembrados, elogiados e outros simplesmente esquecidos.
Um dos presentes, de apreciável memória, chegou a fazer a escalação das principais equipes do Rio de Janeiro, com precisão de detalhes, enfocando os times do Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo.
Foram rememorados os marcantes gols e bem assim as virtudes técnicas dos atletas de então.
E o vinho a prosseguir “firme e forte”, a não ser por parte de um dos convivas que não aprecia quaisquer bebidas alcoólicas.
O relógio já marcava vinte e três horas, momento em que ainda adentramos noutro assunto, todavia sem que ocorressem discussões acaloradas, mas apenas para relembrar nomes de políticos que conduziram os destinos do antigo Estado do Rio de Janeiro e bem assim do Estado da Guanabara.
Todos recordamos, pelo menos de dez nomes, alguns elogiados pela importante atuação, não só como bons políticos e administradores, outros marcados, tão somente, com a tarja de nomes que passaram, todavia, sem deixar a marca registrada.
Afinal, o tempo urgia e por isso mesmo as senhoras já cansadas e os maridos não menos, todos a se despedirem pedindo a Deus proteção para o nosso país, e também para o mundo, atualmente extremamente conturbado.
Partimos contentes selando a amizade de décadas, aquelas que nunca se apagam, aliás como já escrevera o poeta:
“Quando sincera, a amizade,
à medida que envelhece,
é inconteste verdade:
cada vez, mais ela cresce”