Semáforos dão tempo mínimo para a travessia de pedestres no Centro
A cidade de Petrópolis está crescendo, tanto em população quanto em número de veículos. E como grande parte dos petropolitanos trabalha, estuda ou passa pelo centro da cidade diariamente, o espaço urbano acaba se tornando cada vez mais disputado, principalmente onde há maior aglomeração de pessoas.
Com todo esse movimento, é muito comum ter congestionamento e lentidão no trânsito em vias de grande fluxo de veículos. No entanto, não é só o motorista quem precisa ter paciência, o pedestre também enfrenta algumas dificuldades na rotina corrida de Petrópolis.
Na faixa de pedestres que fica no início da Rua do Imperador, próximo ao cruzamento com a Rua Nelson de Sá Earp, o movimento é intenso, mas o tempo que o pedestre tem para atravessar as duas pistas é de apenas 20 segundos. Portanto, é preciso ser bem rápido para chegar ao outro lado da rua antes que o sinal abra novamente para os carros. “É meio complicado mesmo, mas tem outros pontos piores. Às vezes, você fica um longo tempo esperando para atravessar, mas tem pouco tempo pra conseguir passar. Isso acontece muito no cruzamento mais à frente”, disse o guia turístico Lucas Martins.
O ambulante Márcio Gomes, de 53 anos, sugere um aumento no tempo para que o pedestre possa atravessar. “Deveria ter mais tempo pra que a gente pudesse efetuar a travessia com certa segurança, porque você tem que correr para o sinal não abrir enquanto você estiver no meio da faixa, atravessando”, contou.
O local citado é um dos mais movimentados da cidade, por onde passam diariamente milhares de veículos da região do Quitandinha, Valparaíso, São Sebastião, Independência, Thouzet, entre outros bairros com destino ao centro da cidade.
A Tribuna foi até o local e conferiu o tempo de duração de cada luz do semáforo. O resultado mostrou que o pedestre realmente precisa ser rápido. A luz verde para veículos, que indica proibição da travessia para pedestres, ficou acesa por 1 minuto e 17 segundos. Já a luz vermelha, que indica a parada obrigatória para veículos, não fica acesa mais que 20 segundos, confirmando o que os pedestres haviam reclamado.
“Uma pessoa normal, saudável e atenta consegue tranquilamente atravessar e não vai nem perceber que tem pouco tempo. Mas os idosos, deficientes e, principalmente, os cadeirantes, esses precisam se arriscar, porque realmente o tempo é curto”, disse o pedestre.
No entanto, tem gente que não se incomoda com o tempo curto de travessia. “A mim não interfere muito. Aqui eu consigo atravessar perfeitamente. Mas, claro, que algumas pessoas podem não conseguir atravessar nesse tempo”, disse Ana Maria Pereira, aposentada, que mora no Bingen.
Em outros cruzamentos da cidade a situação é diferente. Na Rua do Imperador, a cerca de 100 metros do local citado, o pedestre tem mais tempo para atravessar um trecho que tem a mesma largura que o cruzamento anterior. Conforme cálculo feito pela Tribuna, o sinal fica aberto para pedestres por 47 segundos, enquanto os veículos têm apenas 40 segundos para passar pelo local.
Tempo de travessia depende do cruzamento
O tempo das luzes vermelha e verde de cada semáforo é definido por um estudo que leva em conta o fluxo de veículos, a demanda de pedestres e, principalmente, a ordem do cruzamento. Tudo isso acontece depois de um estudo que resulta na programação dos sinais de trânsito.
No caso de Petrópolis não é diferente. Cada cruzamento tem suas características que são peculiares e apresentam tempos diferentes de travessia, levando-se em conta a distância e o fluxo. Depois das reclamações dos pedestres, que foi repassada ao governo municipal pela Tribuna, a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) informou que vai fazer uma reavaliação com o objetivo de buscar aumentar o tempo de travessia dentro das possibilidades de cada cruzamento. “Eu também acho o tempo de travessia curto em alguns pontos. Vejo que realmente as pessoas ficam aguardando muito tempo e muita gente acaba atravessando com o sinal fechado. Comprometo-me a fazer uma nova análise de contagem para ver se conseguem aumentar esse tempo. O que sentimos como pedestres e cidadãos é que o tempo não é suficiente. Vamos fazer essa contagem para ver se podemos levantar esse tempo”, explicou Fernando Badia, presidente do órgão.