Sem sessões no plenário, nem Câmara nas Comunidades
Completa agora em janeiro um ano que o novo presidente da Câmara de Vereadores, Junior Coruja, anunciou que iria retornar com o Câmara na Comunidades, aquelas sessões itinerantes nos bairros. E não o fez. Os vereadores têm medo do que o povo fala nessas sessões onde a palavra é franqueada ao público. A oportunidade atualmente da população se expressar é nas audiências públicas no Palácio Amarelo, a Casa do Povo, onde o povo fala por alguns minutos – e algumas poucas pessoas – porque quando as críticas ao serviço público começam logo se manda a letra ‘estamos já com pouco tempo’.
Povo sem acesso
E agora, com o Palácio Amarelo fechado para obras – porque nossos queridos deixaram a situação chegar ao ponto de que chove mais dentro do que fora do prédio e até parte do Salão Hermogênio Silva foi interditado – ficam mais distantes ainda da população. Isso porque mesmo com casarão alugado na Barão do Amazonas como sede provisória, as sessões plenárias serão online. E mesmo quando são presenciais, as pessoas só podem assistir e não se manifestar. Os vereadores alegam que ficam pertinho dos moradores em suas incursões pelas comunidades. E já tá bom.
Ê laiá!
E fechamos o ano com a Câmara de Vereadores sentada sobre a votação de cinco contas de prefeitos: as de Bomtempo de 2016, rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado; as de Bernardo de 2019 e 2020, também com anotações do TCE, e as de Hingo Hammes, de 2021, essas aprovadas pelo Tribunal e as de 2022, de Bomtempo, também com o ok do TCE. O que breca todas são as de 2016 de Bomtempo rejeitadas. Se aprová-las, contrariando o parecer técnico do TCE, deixando o assunto na tratativa política, os vereadores ficam com esse ônus. E se não votar essa, não podem votar as demais. E se confirmarem o TCE e rejeitarem as contas podem deixar Bomtempo em apuros e com risco de inegibilidade. Enquanto não votam as contas, vereadores continuam correndo o risco de serem denunciados por crime de prevaricação.
Corre lá, gente!
Os queridos prefeitáveis que querem o apoio do governador Cláudio Castro (Bernardo, Hingo e Hugo) para seus voos devem dar um toque no mestre. Correligionários de Bomtempo deitam e rolam nas redes sociais mostrando que as obras que ficaram a cargo do governo do estado ainda não saíram – Castelânea (1º de Maio), Caxambu (Bartolomeu Sodré) e Quitandinha (Rua Uruguai). Já tão dizendo que Castro abandonou a cidade.
Socorroooooo!
Agora que as contas de água 2024 já estão chegando nas casas com o reajuste, o povo tomou um susto. O decreto do prefeito Bomtempo reajustou a tarifa em 7,9% a partir de primeiro de janeiro. A gente, inclusive, já tinha falado aqui. E um leitor da coluna escreveu indignado mostrando outros índices para comparar: o IGPM acumulado é de -3,18%, o IPCA fechou em 4,62% e o INPC ficou em 3,70%. E até mesmo o IPTU foi corrigido em 4,82%. Por que a água não teve o mesmo reajuste? Ele ainda lembra, pertinente: “saneamento básico é um bem essencial e um direito do cidadão”. E a gente acrescenta: não é um produto.
Não
A vereadora Gilda Beatriz apresentou indicação legislativa pedindo a revogação do decreto do prefeito que reajustou a tarifa de água em 7,9%. Mas, não vai dar em nada, mesmo porque o reajuste passa pela Câmara que sempre aprova, como este que foi igualmente autorizado pelo legislativo no finalzinho de dezembro, daquele jeitinho moita, sem alarde. Em anos anteriores vereadores também pediram revogação e não houve.
Denúncia não falta
Como todo mundo ficou sabendo, a Polícia Federal amanheceu quarta-feira em Petrópolis no depósito da merenda, no Quissamã, executando a operação Farnel que investiga fraudes na aplicação dos recursos vindos do governo federal. A associação de produtores rurais contratada para fornecer alimentos estaria burlando planilhas entregando menos hortifrutis e dizendo que foi mais. Além disso, também entregaria alimentos de baixa qualidade. As investigações iniciaram no governo Rossi.
Carne de segunda
E como a gente contou, não é apenas essa a investigação da PF em relação à merenda em Petrópolis. Uma outra apuração teve origem no recebimento de carne de segunda no lugar da de primeira. Uma das diretoras lá trás teria se recusado a receber carregamento de chã, no lugar de alcatra. Aí pressionaram outros funcionários para tentar convencê-la. Não o fizeram e foram pressionados ainda mais. E aí fizeram o contrário: um dossiê, com fotos inclusive, mostrando essas e outras fraudes. Essa também é de 2019.
Contagem
E Petrópolis está há 257 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
E nós na mesma
De acordo com o governo do Estado, 123 industrias tiveram suas solicitações de incentivos fiscais aprovadas pela Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin). Com isso podem usar o benefício em todo o território fluminense. Repetindo: 123. E nossa secretaria de Desenvolvimento Econômico não consegue captar umazinha que fosse pra gente? E não é só neste governo, não. Também não rolava nas gestões Hingo Rossi.
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