• Sem previsão de chuva pelos próximos dias, bombeiros alertam sobre riscos de incêndios florestais

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  • 21/06/2020 10:49

    Queimadas de pastos em áreas rurais, limpeza de terrenos, queima de lixo e soltura de balões estão entre as principais causas dos incêndios florestais. Em apenas uma semana, o Corpo de Bombeiros atendeu mais de 10 ocorrências de queimadas na cidade. O comandante do 15º Grupamento de Bombeiros Militar, tenente-coronel Gil Kempers, destaca que a maioria dessas ocorrências é ocasionada por ação humana e faz um alerta sobre as consequências das queimadas na região.

    “A maior preocupação é com fogo que tem como origem a ação humana. Os incêndios de origem natural são muito raros, acontece com os raios, por exemplo. Então na maior parte das vezes tem relação com ação humana. A limpeza de terreno, queimar folhas, queimar lixo, soltura de balões, a troca de cultivo em regiões rurais, tudo isso tem como consequência os incêndios”, disse o comandante.

    No último fim de semana, um incêndio florestal na trilha que leva à Pedra do Castelinho, no Morin, mobilizou equipes dos bombeiros e brigadistas do Parnaso. O incêndio durou quase 24 horas e destruiu cerca de 160 mil metros quadrados de vegetação. O local é de fácil acesso e muito frequentado por praticantes de trilhas. A suspeita é que o fogo tenha começado por fogueiras feitas por visitantes. 

    Segundo o comandante Gil Kempers, não há previsão de chuvas para os próximos 15 dias na cidade, o que é uma preocupação, tendo em vista o aumento do número de ocorrências. “Temos de 15 a 20 dias de estiagem pela frente, são dias bem secos e a possibilidade de ocorrerem grandes eventos é real. Ano passado nós perdemos casas em Secretário, Posse e Itaipava”, alertou. 

    Todos os dias dessa semana foram registradas queimadas no Retiro, Correas, Estrada da Saudade, Vila Rica e Sertão do Carangola. Em alguns destes locais o fogo foi em área de amortecimento, ou em áreas não protegidas. Em levantamento feito pela Prefeitura, nos últimos 12 anos Petrópolis teve o equivalente a mais de 15 mil campos de futebol destruídos por incêndios florestais. 

    Além das consequências imediatas, as queimadas também causam impactos a médio e longo prazo. O fogo destrói não só a vegetação, mas empobrece o solo de tal forma que acaba reduzindo a água, destrói a fauna e deixa o terreno suscetível a deslizamentos. “A alteração no solo é muito ampla. Sem a vegetação, os locais que antes não eram suscetíveis a escorregamentos passam a ser, porque empobrece o solo. Acaba com a fauna e a flora. Pode agravar doenças respiratórias. E em locais que são feitas a limpeza do terreno para a mudança de cultivo, acaba destruindo o solo e em dois ou três anos não será mais possível fazer novo plantio”, explica o comandante. 

    Neste período de distanciamento social em que mais pessoas estão em casa, o índice de queimadas subiu rapidamente. As ocorrências que eram registradas geralmente nos fins de semana passaram a ocorrer todos os dias. O que aponta para a relação do início dos incêndios por ação humana. 

    Soltar balões e provocar incêndios florestais é crime previsto na Lei de Crimes Ambientais sob pena de reclusão e multa. O Dique Denúncia tem o canal Linha Verde, que é exclusivo para denúncias sobre crimes contra o meio ambiente. O telefone é 0300 253 1177 (custo de ligação local), as denúncias têm o sigilo garantido. Em casos de ocorrências, a população pode contar com o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.

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