• Sem o aterro de Pedro do Rio, cidade fica sem local para despejar entulho

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 08/11/2017 10:14

    Caminhoneiros que transportam entulho e alugam caçambas fizeram uma manifestação ontem à tarde em Itaipava, contra a proibição de despejo do material no aterro sanitário de Pedro do Rio. Segundo eles, os portões do aterro foram fechados desde sexta-feira, sem aviso prévio. Sem ter onde deixar o material que coletam, eles também não podem trabalhar, e acabam amargando prejuízos. 

    Marcio Borges relatou à Tribuna que sofre prejuízo de mais de R$ 2 mil por dia de trabalho perdido. “Temos tudo direitinho. Caminhão próprio, tudo legalizado, e eles fazem isso com a gente. É mais de R$ 2 mil que se perdem, a cada dia sem trabalhar. É um absurdo”, disse.

    Gisele Borges, que também trabalha na área, está indignada. “É o nosso único lugar de despejo de resíduo. A gente trabalha para fazer tudo direito, seguindo a legislação e recebe isso em troca. Tem gente que não está nem aí; joga entulho em tudo que é canto escondido, e fica por isso mesmo. Mas nós temos a preocupação de fazer tudo certinho”, explicou. 

    Segundo ela, os caminhoneiros foram surpreendidos com os portões fechados na sexta-feira, e desde então não puderam mais depositar o entulho no aterro. Tudo isso sem nenhum aviso prévio. “Chegamos lá para despejar e não conseguimos. Fecharam o aterro e não deram nem uma outra opção pra gente. Como pode fazer uma coisa dessas? Como a gente vai trabalhar? Precisamos sobreviver” completou.

    O marido de Gisele também trabalha com entulho, e ambos sustentam quatro filhos de 3 a 22 anos, e ainda uma neta de menos de um ano. “Temos uma família que vive disso e precisa disso para seu sustento. Eles não podem brincar com nosso trabalho. É por isso que estamos fazendo esse buzinaço. Estamos reivindicando os nossos direitos. Os direitos dos trabalhadores”, concluiu.

    Com o serviço suspenso, a preocupação agora é com o destino do entulho, que enquanto não for recolhido vai acabar se acumulando pela cidade, ou sendo despejado em local impróprio, o que pode acabar virando um grave problema. “Se não for recolhido, as pessoas vão começar a ficar revoltadas. Já reclamaram conosco, xingando a gente, porque não estamos recolhendo, como se tudo isso fosse culpa nossa. E aí como não estamos recolhendo eles vão acabar deixando na rua, ou pagando outra pessoa que joga em qualquer lugar”, contou Gisele. 

    Em algumas ruas do Centro, como na Oscar Weinscheinck, na tarde de ontem já havia caçambas de entulho lotadas. A Tribuna questionou a Prefeitura e o Inea sobre o caso, perguntando sobre o motivo da restrição. Mas até a publicação dessa reportagem não obtivemos resposta.


     

    Últimas