Com o surto de influenza em todo o Estado do Rio de Janeiro e doses esgotadas da vacina no SUS, clínicas particulares registraram aumento na procura pela imunização nas clínicas particulares de Petrópolis. As últimas doses de vacina contra influenza no Sistema Único de Saúde (SUS) foram aplicadas nos postos da cidade no início deste mês e a previsão é que a chegada de mais vacinas contra a doença seja apenas na próxima campanha de imunização, a partir de abril.
A vacina é aplicada anualmente durante a campanha promovida pelo Ministério da Saúde que tem como público alvo: indivíduos com 60 anos ou mais; adultos entre 55 e 59 anos; crianças de 6 meses a 5 anos, 11 meses e 29 dias; gestantes; puérperas (até 45 dias após o parto); trabalhadores da saúde; professores de escolas públicas e privadas; povos indígenas; pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais; forças de segurança e salvamento; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas; população privada de liberdade; e funcionários do sistema prisional.
Após a etapa de vacinação do público alvo, o Ministério autoriza que municípios apliquem as doses remanescentes no restante da população. A dose anual previne contra os principais vírus causadores da Síndrome Respiratória Aguda Grave, incluindo o H1N1 e o Influenza H3N2.
Procura pela vacina aumenta em até 200%
Sem doses no SUS, muita gente tem recorrido às clínicas particulares. Como na Clínica Imune, em Itaipava, que registrou aumento de 200% em dezembro e, segundo a clínica, continua expressiva neste mês de janeiro.
Priscilla Feleppa Valente, pediatra infectologista e responsável médica pela Clínica, diz que a demanda pela vacina nesta época do ano é atípica e se justifica devido ao surto da doença no Estado, que já se espalha para cidades do interior.
De acordo com a médica, na clínica em Itaipava, a previsão é de que os estoques se esgotem já na próxima semana e o reabastecimento deve ocorrer apenas para a campanha, em abril. Ela explica ainda que existe uma grande preocupação dos pacientes com relação à infecção pela gripe, inclusive em um momento em que também está em circulação a variante ômicron da covid-19.
“Temos uma semelhança muito grande entre os sintomas e a evolução de uma gripe comum e o quadro clínico provocado pela Covid-19. Estar imunizado contra influenza pode facilitar o diagnóstico”, explica.
Priscilla reforça ainda que a vacina contra influenza deve ser tomada anualmente. O imunizante disponível nas clínicas privadas é a tetravalente, ou seja, previne quatro cepas do vírus. Já no SUS, é trivalente.