Sem atrair interessados nas licitações, restauro do chafariz da Praça da Águia continua sem previsão
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, o chafariz da Praça Visconde de Mauá, também conhecida como “Praça da Águia”, segue se deteriorando com a ação do tempo. E é justamente a “águia”, que apelidou o ponto turístico, que está danificada. Foram duas tentativas de licitação no ano passado, em um valor previsto de R$ 96 mil. Mas, nenhuma empresa demonstrou interesse em executar o serviço, que segue sem previsão de acontecer.
O primeiro pregão eletrônico para tentar recuperar o monumento aconteceu no dia 6 de dezembro. Organizado pelo Instituto Municipal de Cultura e Esportes – IMCE, visava a “contratação de uma empresa especializada para a realização do restauro do monumento da águia”, conforme o projeto de mapeamento de danos e prospecção, elaborado por uma empresa especializada contratada anteriormente pela Prefeitura. No entanto, nenhuma empresa se interessou, e o pregão foi remarcado para o dia 17 do mesmo mês, e pela segunda vez, desertou.
De acordo com o Portal da Transparência da Prefeitura, onze empresas manifestaram interesse no pregão, mas nenhuma compareceu na data. A licitação tem prazo estimado de conclusão do trabalho em 120 dias. A empresa especializada que for contratada terá que executar a restauração de acordo com o projeto já elaborado e terá que fornecer todos os materiais e insumos necessários.
“Estado acelerado de degradação”
O anúncio da realização de intervenções no chafariz foi feito em abril, depois do monumento sofrer com um ato de vandalismo que, por pouco, não destruiu a serpente que compõe a escultura. Na época, um arquiteto e duas restauradoras trabalharam no projeto de mapeamento e diagnóstico para fazer a restauração.
No documento anexado ao pregão eletrônico, os responsáveis técnicos pelo projeto de restauração alertam para “o estado acelerado de degradação” e recomendam “que seja executado o mais rápido possível” (o restauro), porque, caso contrário, estará “sujeitando os elementos artísticos a acréscimo e acúmulos de danos que excedam às soluções” previstas no documento elaborado em abril do ano passado.
Último restauro
A última intervenção no chafariz aconteceu em 2017, quando a Prefeitura fez a revisão na bomba hidráulica e na parte elétrica, além da limpeza e impermeabilização. Ao longo dos anos a peça vem sofrendo com a ação do tempo, a falta de manutenção e episódios de vandalismo.
A escultura é um dos pontos que atrai turistas que gostam de fotografar o conjunto arquitetônico do Palácio Hermogênio Silva, como é conhecido o Palácio Amarelo, sede da Câmara dos Vereadores. Foi idealizado em 1899 pelo artista Heitor Levy, e representa a luta entre dois animais (a cobra e a águia), cujo significado é controverso. Em 1944, o projeto da praça foi alterado pelo renomado paisagista Burle Marx.
O que diz a prefeitura?
A nova gestão do município assumiu o governo no dia seguinte ao segundo pregão eletrônico, que não foi remarcado desde então. A reportagem da Tribuna questionou se haverá um novo pregão, e aguarda resposta.