Selic irá aonde deve ir para País alcançar meta de inflação, diz presidente do BC
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reforçou nesta sexta-feira, em webinar do Morgan Stanley, que a taxa básica de juros, a Selic, irá onde for preciso para alcançar a meta de inflação. Segundo ele, o BC não acredita em metas ajustadas, que, conforme ele, podem afetar a credibilidade.
“Não acreditamos em metas ajustadas, acreditamos em atingir as metas. A Selic estará onde tiver de estar para atingir a meta. Metas ajustadas afetam a credibilidade. Não acreditamos que essa é a forma de fazer isso”, afirmou o presidente do BC.
Campos Neto voltou a citar que há disseminação da inflação, com os núcleos estão muito acima da meta.
O presidente do Banco Central afirmou também que a curva de juros está mais alta no Brasil atualmente porque há incertezas fiscais. “Há debate sobre como programas do governo pós-covid serão financiados.”
Destacou ainda que a questão agora no mundo é a magnitude do crescimento da economia após a recuperação da crise provocada pela pandemia de covid-19.
No Brasil, o presidente do BC também comentou que há geração de empregos formais, mas que, no contexto da covid-19, o mercado informal demora mais para se recuperar. Campos Neto citou que a maioria dos indicadores de confiança tem caído na margem, para nível próximo de 2020.
Segundo ele, diversos países já começaram um processo de aperto monetário, com um tom mais duro. Na avaliação do presidente do BC, o setor imobiliário parece ser um fator em vários países a pressionar os preços.
Campos Neto ainda repetiu que houve uma substituição na cesta de consumo na pandemia de serviços para bens que pesou sobre o preço dos últimos, mas que tende a normalizar.
O presidente do BC ainda citou novamente o papel dos esforços para a economia mais verde no aumento de preços de commodities, principalmente minerais e metálicas. “Os carros elétricos, por exemplo, não são tão verdes na produção”, disse, citando também a precificação de carbono.