• ‘Selfies’ de atletas em pódio na Olimpíada faz parte de ação de marketing; entenda

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  • 31/jul 16:06
    Por Estadão

    Além da entrega de medalhas, brindes para os campeões e execução do hino nacional, os atletas olímpicos têm adicionado um novo “ritual” em dos pódios da competições nas Olimpíadas de Paris-2024. Não é difícil flagrar os medalhistas se juntando para uma selfie de comemoração após o título e essa ação pode ser explicada tanto pelo avanço da hiperconectividade da população, mas também por uma ação de marketing.

    Nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, uma das principais patrocinadoras do evento é a Samsung. A empresa sul-coreana distribuiu mais 15 mil aparelhos celulares para os atletas que estão disputando a competição. E são com esses celulares que os atletas têm registrado as imagens no pódio, ato que era proibido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) até a edição de Tóquio, em 2021.

    O momento da premiação é um dos mais vistos e fotografados durante a Olimpíada, tornando-se o momento perfeito para unir uma boa campanha de marketing com um costume cotidiano adotado por quase todas as pessoas que querem registrar momentos marcantes da vida.

    A Samsung fechou um acordo com o COI para garantir a flexibilidade do uso de celulares no pódio nesta edição. A regra 40, estipulada neste ano, concede, de certa maneira, o interesse dos patrocinadores durante os eventos olímpicos.

    Entre os casos mais famosos nestes Jogos de Paris está a selfie entre os atletas medalhistas no tênis de mesa. A dupla sul-coreana Lim Jong-hoon e Shin Yu-bin usou seus celulares cedidos pela Samsung para tirar uma foto ao lado de uma dupla chinesa e outra norte-coreana. A ação chama a atenção porque Coreia do Sul e Coreia do Norte mantêm relações políticas extremamente tensas há décadas. Mas o assunto ficou de lado na hora do registro em selfie.

    Rayssa Leal, bronze no skate street, também foi flagrada usando seu celular para tirar uma foto com as medalhistas japonesas da prova, Coco Yoshizawa (ouro) e Liz Akama (prata).

    Também no skate é possível ver atletas usando seus celulares durante a execução da prova, colocando músicas em seus fones de ouvido antes de descerem na pista para fazer as manobras. A própria skatista brasileira afirmou que escutou Djavan durante a prova que lhe deu o terceiro lugar no pódio.

    O especialista em marketing esportivo e CEO da Wolff Sports, Fábio Wolff, vê com bons olhos a entrada de empresas para explorar esse lado do marketing na Olimpíada. “A ação abre a possibilidade para outras ações com o mesmo fim. As ativações comerciais estão presentes em grandes eventos mundiais. Com um certo atraso, mas antes tarde do que nunca, os jogos olímpicos sinalizam para uma abertura nesse sentido”.

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